Resumo

Título do Artigo

UMA TEORIA EVOLUCIONÁRIA DAS ORGANIZAÇÕES PARA OS ESTUDOS ORGANIZACIONAIS
Abrir Arquivo

Palavras Chave

Teoria Evolucionária das Organizações
Rotinas
Estudos Organizacionais

Área

Estudos Organizacionais

Tema

Comportamento Organizacional

Autores

Nome
1 - Luciano Ferreira da Silva
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO (PUCSP) - Monte Alegre
2 - arnoldo de hoyos
Pontifícia Universidade Católica de São paulo - Pos-graduação Administração

Reumo

Os postulados do pensamento ortodoxo descrevem uma perspectiva de tomada de decisão para a alocação de recursos baseada em uma racionalidade ilimitada (Kalberg, 1980; Nelson & Winter, 2005). Neste tipo de perspectiva, os agentes envolvidos no processo de produção e consumo têm seus comportamentos orientados a maximizar o bem-estar individual numa perspectiva utilitarista (Stark, Jakubek, & Kobus, 2015). Por outro lado, ao analisar a interação entre o macroambiente e o ambiente de produção e consumo - o microambiente, assume-se que a mudança é uma constante na sociedade e nas instituições.
Com base na interação entre rotinas e arranjos organizacionais e o ambiente externo é possível analisar e indicar quais organizações estarão aptas a sobreviver no futuro. Para tanto, um problema que se apresenta relevante neste contexto é: como as teorias ambientais auxiliam na compreensão da alocação de recursos pelas organizações? Para responder esta questão é necessário alcançar o seguinte objetivo: indicar a teoria Evolucionária das Organizações como uma alternativa útil às teorias da Contingência e teoria da Ecologia das Populações Organizacionais para análise organizacional.
Nelson e Winter (2005) são os principais autores que apregoam uma teoria Evolucionária para analisar as mudanças nas organizações. Contudo, muitos são os autores reconhecidos como evolucionários: Veblen (1898), Commons (1934), Mitchel (1937), Coase (1937), Schumpeter (1939), Williamson (1971), Hodgson (1997), Nelson e Winter (2002), North, (1993) e Witt (2008). Na visão desses autores a organização é influenciada constantemente pelo ambiente externo. Além disso, as formas organizacionais dependem da ação e decisão de seus agentes com relação a melhor alocação dos recursos.
A construção deste artigo seguiu uma orientação hermenêutica baseada numa busca de forma heurística da literatura sobre as estruturas organizacionais e as pressões causadas do ambiente externo. Assim, os procedimentos de análise utilizados neste estudo forneceram uma interpretação crítica da estrutura evolutiva das organizações entendida como um exercício hermenêutico (Burrell & Morgan, 1979). Esta abordagem permitiu o uso da intersubjetividade e reflexão na construção de argumentos baseados na crítica das abordagens teóricas utilizadas.
Os gestores que decidem atuar em determinado ramo de atividade escolhem de forma consciente seu core business. Neste contexto o gestor monta sua estrutura organizacional com base no repertório de rotinas existentes, sendo que a busca pelo equilíbrio para manter a estabilidade entre demandas internas e externas e as operações da empresa neste primeiro momento leva ao isomorfismo organizacional. Por outro lado, por questões de competição e/ou pressões externas, as empresas criam novas rotinas, que por sua vez leva ao aumento no repertório das rotinas existentes.
Podemos dizer que a competição muitas vezes leva ao isomorfismo, mas também pode levar a busca por novas formas organizacionais. A consciência sobre a realidade local e global do ambiente de competição requer a adoção de uma perspectiva interdisciplinar e sistêmica dos administradores. Isso é necessário para permitir uma análise das organizações que seja capaz de identificar e diagnosticar os fatores do ambiente interno e externo, além das formas e padrões organizacionais. A perspectiva proposta aqui empresta conceitos de seleção e evolução que permite construir uma abstração da realidade org.
Clegg, S.R., Hardy, C., & Nord, W.R. (1996) Handbook of organization studies. SAGE Publications Ltd. Hannan, M.T., & Freeman, J. (1984) Structural inertia and organizational change. American Sociological Review, p. 149-164. Hodgson, G.M. (1997) The evolutionary and non-Darwinian economics of Joseph Schumpeter. Journal of Evolutionary Economics, v. 7, n. 2, p. 131-145. Nelson, R.R., & Winter, S.G. (2002) Evolutionary theorizing in economics. The Journal Of Economic Perspectives, v. 16, n. 2, p. 23-46 Nelson, R.R., & Winter, Sidney G. (2005) Uma teoria evolucionária da mudança econômica. Campin