Resumo

Os clusters comerciais de varejo em grandes centros atualmente vêm-se tornando objeto de estudo relevante, pois estudos recentes de Teller (2008); Zaccarelli et al. (2008); Parente et al. (2012); Telles et al. (2013) e Gaspar et al. (2015) têm indicado, cada vez mais, a presença de vantagens competitivas relacionadas com esses formatos organizacionais. Poucos estudos têm focado a concentração geográfica de varejo, e a intensa concorrência observada nessas configurações, para entender e comparar o que fazem as empresas de clusters comerciais varejistas colaborarem e competirem simultaneamente

A coopetição tem sido estudada como um instrumento que supre as deficiências estratégicas de arranjos competitivos e cooperativos, incluindo-se aí as estratégias com relacionamentos coopetitivos que compartilham efeitos positivos e negativos ao competir e cooperar entre os responsáveis pela decisão estratégica da empresa. Assim, esta pesquisa tem como objetivo verificar se existem diferenças significativas entre clusters varejistas planejados e não planejados em relação à competição, cooperação e coopetição

A coopetição tem sido estudada como um instrumento que supre as deficiências estratégicas de arranjos competitivos e cooperativos, incluindo-se aí as estratégias com relacionamentos coopetitivos que compartilham efeitos positivos e negativos ao competir e cooperar entre os responsáveis pela decisão estratégica da empresa. Com isso, demonstram-se benefícios, ao desenvolver ou explorar atributos dos gestores no compartilhamento de experiências e competências essenciais de maneira cooperativa, com foco nas vantagens competitivas advindas dessa confirmação (BENGTSSON; KOCK 1999, 2000; 2014).

Esta é uma pesquisa exploratória quantitativa, na qual foram utilizadas técnicas de análise fatorial exploratória e análise multigrupo com aplicação do método de estimação dos mínimos quadrados parciais (PLS-PM) para o tratamento dos dados coletados. A pesquisa de campo foi realizada por meio de uma survey junto a 535 empresas pertencentes aos clusters varejistas planejados e não planejados de móveis e automóveis do município de São Paulo (SP).

Os resultados indicaram que não há diferença entre os aglomerados quanto à relação entre a cooperação e colaboração, sendo que a coopetição em ambos os clusters pesquisados, foi considerada como relacionamentos equilibrados, nos quais a cooperação e a competição são igualmente distribuídas. Em complemento, há de se destacar o resultado quanto à competição que apresentou maior predominância nos aglomerados não planejados.

Por meio da análise multigrupo foi possível identificar que não há diferença entre os aglomerados na relação entre a cooperação/colaboração, sendo a coopetição em ambos os clusters pesquisados, considerados como relacionamentos equilibrados, no qual a cooperação e a competição são igualmente distribuídas. Diferentemente da competição que apresentou maior predominância nos aglomerados não planejados. A interação é, portanto, simples e direta, os relacionamentos acabam sendo dominantes em competição, em que a coopetição consiste em mais competição do que cooperação.

BENGTSSON, M.KOCK, S. Cooperation and competition in relationships between competitors in business networks. Journal of Business & Industrial Mark. v. 14, n. 13, p. 178-193,1999. SILVA, R. S. Coopetição em Aglomerações Comerciais Planejadas e Não Planejadas. Tese 226 fls (Doutorado em Administração) pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul-SP, SP, 2016. TELLER, C. Shopping streets versus shopping malls: determinants of agglomeration format attractiveness from the consumers point of view. International Review of Retail, Distribution & Consumer Research, v. 18, n. 4, pp. 381-403, 2008.