Resumo

Título do Artigo

REFLEXÕES SOBRE A QUESTÃO DAS INDICAÇÕES GEOGRÁFICAS (IG): O CASO DA PRODUÇÃO DE CACHAÇA ARTESANAL DE PARATY NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
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Palavras Chave

Qualidade
Indicação Geográfica
Convenção

Área

Gestão da Inovação

Tema

Dimensões Criativas, Comportamentais e Culturais da Inovação

Autores

Nome
1 - ANDREIA CRISTINA RESENDE DE ALMEIDA
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO (UFRRJ) - Seropédica
2 - Luiz Alberto de Lima Leandro
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO (UFRRJ) - Instituto de Ciências Sociais Aplicadas
3 - Sarah Fernandes da Silva Nascimento
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO (UFRRJ) - Seropédica

Reumo

O estudo objetivou apresentar elementos para fomentar as reflexões sobre as Indicações Geográficas (IG) no Brasil a partir produção de cachaça artesanal em Paraty-RJ. Utilizou-se o paradigma qualitativo, operacionalizado por meio do estudo de caso. Realizou-se a análise das falas dos produtores de cachaça. Utilizou-se o modelo CQFD-Características, Qualidade, Fatores e Identificação e a abordagem da Teoria das Convenções. Observou-se que os produtores de cachaça compreendem o selo IG como garantia de origem, de localização, de metodologia de produção, de qualidade e tradição histórica
Embora reconheça-se a importância da IG para os produtores artesanais, observa-se um número pequeno de produtos e serviços com selo de IG, em relação aos países europeus (VALENTE et al, 2012). Diante de tal observação, tendo em vista a importância da temática para o mercado produtor de cachaça no Brasil, emergiu a questão de pesquisa: Como os produtores de cachaça de Paraty – Sul Fluminense – compreendem o selo de reconhecimento de IG?
No Brasil as Indicações Geográficas representam uma forma legal de se proteger e atestar uma característica peculiar de um produto ou serviço associados a uma determinada região. A utilização do modelo CQFD é considerado como uma forma de diminuir a incerteza com relação à questão da qualidade dos produtos. O referido modelo permite descrever e analisar as convenções utilizadas pelos atores em suas transações (TIBÉRIO; CRISTOVÃO, 1998).
O estudo, partiu da perspectiva qualitativa e classifica-se como exploratório. Trata-se de um trabalho empírico, tendo características de estudo de caso (GIL, 1999). O levantamento de dados ocorreu por meio da pesquisa de campo com 5 empresas produtoras de cachaça a cidade de Paraty (RJ). Os dados foram levantados por meio de questionário com perguntas semiestruturadas que foram analisadas a partir do conceito de IG e do método do modelo CQFD
Todos os produtores entrevistados afirmaram que a cachaça elaborada por eles segue a tradição passada de geração em geração. Os respondentes assinalaram que o selo de IG possui relação com a garantia de origem, localização, metodologia de produção, garantia de qualidade e tradição histórica. Aproximadamente 80% dos produtores relataram que os consumidores do varejo parecem não entender o significado de um produto com selo de IG. Os entrevistados afirmaram que, após realizarem pedido de registro de IG, ocorreram mudanças significativas no monitoramento do processo de produção
Concluiu-se que os produtores compreendem o selo de IG como uma forma de garantir a preservação da tradição da cachaça, aprimorando o processo produtivo, sem abrir mão do saber-fazer tradicional. Apresentaram a ideia de que os consumidores percebem o selo de IG como garantia de qualidade, origem e tradição da bebida, embora não compreendam a IG na perspectiva a produção. Todos os entrevistados assinalaram que a obtenção do selo de IG pode possibilitar a garantia de origem, de localização, de metodologia de produção, garantia de qualidade e tradição histórica no processo
GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. São Paulo: Atlas 1999. VALENTE, Maria Emília Rodrigues et al . Indicação geográfica de alimentos e bebidas no Brasil e na União Europeia. Cienc. Rural, Santa Maria , v. 42, n. 3, p. 551-558, Mar. 2012. TIBÉRIO, L., CRISTÓVÃO, A. A origem como factor de qualidade dos produtos agrícolas e agro-alimentares: o caso dos produtos beneficiários da Protecção Comunitária 'Denominação de Origem Protegida', Actas das Jornadas Interprofissionais Agro-Alimentares Produtos com História, Mirandela, 1998