Resumo

Título do Artigo

Fatores Inibidores e Impulsionadores de Transferência de Tecnologia nas Instituições de Ensino Superior Comunitárias Brasileiras
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Palavras Chave

Transferência de tecnologia
Instituições de ensino superior comunitárias
Inovação

Área

Gestão da Inovação

Tema

Gestão do Conhecimento, Propriedade Intelectual e Transferência de Tecnologia

Autores

Nome
1 - Giezi Schneider
-
2 - Daniela Siqueira Colet
UNIVERSIDADE DE PASSO FUNDO (UPF) - Feac
3 - Luiz Fernando Fritz Filho
UNIVERSIDADE DE PASSO FUNDO (UPF) - Mestrado em Administração - Programa de Pós Graduação em Administração PPGadm/UPF;

Reumo

O debate em torno da importância da inovação e da transferência de tecnologia é relativamente novo no Brasil e, embora alguns países desenvolvidos já tenham consolidado essa discussão, ainda se trata de um tema emergente mesmo em âmbito internacional (REISMAN, 2004). Distintos atores devem rever seus papéis, tendo em vista a criação de um ambiente favorável à inovação, no qual as instituições de ensino superior (IES), dentre elas as comunitárias , desempenhem o papel de fontes de conhecimento para a inovação e as empresas passem a absorver essas inovações para disponibilizá-las ao mercado.
Nesse contexto, e à luz da teoria da Tríplice Hélice, que atribui às IES um importante papel na promoção da inovação e do desenvolvimento, esse estudo tem como problema: quais são principais inibidores e os principais impulsionadores do processo de transferência de tecnologia nas instituições de ensino superior comunitárias brasileiras? Sendo assim, tem-se como objetivo compreender os principais inibidores e os principais impulsionadores do processo de transferência de tecnologia nas instituições de ensino superior comunitárias brasileiras.
A transferência de tecnologia pode ser encarada como um processo em que uma determinada empresa passa a dominar e utilizar o conjunto de conhecimentos que constituem uma tecnologia que não foi produzida ou inventada por ela (BOZEMAN, 2000). A proximidade com instituições de pesquisa permite acesso a conhecimentos até então indisponíveis na empresa e, normalmente, a custos significativamente menores do que se investissem isoladamente em pesquisa e desenvolvimento (PORTO, 2000). Além disso, essa forma de cooperação acaba por unir pesquisa básica à pesquisa aplicada, impactando no desenvolvimento
Visando atingir o objetivo, realizou-se uma pesquisa qualitativa, de natureza exploratória e descritiva, por meio da qual foi realizado um estudo de múltiplos casos em doze universidades comunitárias. Os dados foram coletados por meio de questionários e foram analisados por meio da técnica de análise de conteúdo.
Os resultados demonstram que dentre os principais inibidores para a transferência de tecnologia estão a orientação da pesquisa nas IES para a produção científica em detrimento da tecnológica, bem como o distanciamento entre os resultados de pesquisa e as necessidades das empresas. Por outro lado, verificou-se serem impulsionadores da transferência de tecnologia uma maior proximidade entre IES e empresas e, a partir disso, a proposição de projetos conjuntos, com o consequente alinhamento de expectativas.
O estudo evidenciou que a abertura das IES comunitárias brasileiras para interagirem com empresas, em distintos e momentos e atividades, ampliará o potencial de transferência de tecnologia. Nesse sentido, parece imprescindível o fortalecimento dos escritórios de transferência de tecnologia, atuando como facilitador e articulador das relações entre as IES e as empresas.
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