Resumo

Título do Artigo

Governança em Redes de Atendimento a Emergências: Um Estudo de Caso do Plano de Auxílio Mútuo de Rio Grande (PAM)
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Palavras Chave

Redes de Alta Confiabilidade
Governança
Redes de Emergência

Área

Estratégia em Organizações

Tema

Cluster e Redes de Negócios

Autores

Nome
1 - Eduardo Moreira Palma
UNIVERSIDADE DO VALE DO RIO DOS SINOS (UNISINOS) - PPG Administração
2 - Douglas Wegner
UNIVERSIDADE DO VALE DO RIO DOS SINOS (UNISINOS) - Programa de Pós-Graduação em Administração
3 - Kadigia Faccin
UNIVERSIDADE DO VALE DO RIO DOS SINOS (UNISINOS) - Programa de Pós-Graduação em Administração

Reumo

Redes de Atendimento a Emergências se diferenciam das demais redes trabalham com situações extremas onde uma falha de governança pode representar a vida de um indivíduo. Nestas redes a governança pode ser vista de forma mais centralizada, ou mais compartilhada, conforme a situação. Este Estudo de Caso analisa uma Rede de Emergência do setor portuário e tem como objetivo principal identificar fatores que influenciam estas redes a adotarem uma forma híbrida de governança. Proposições envolvendo o conhecimento técnico e o tempo de resposta são apresentadas na discussão do caso.
A forma de governança híbrida em redes de emergências, na prática, já é observada em uma série de redes nas mais diversas regiões do mundo. Entretanto, pouco se discute a respeito dos fatores que tornam esta forma a mais adequada. Assim, algumas perguntas ainda não foram devidamente respondidas. Uma delas se refere a quais são os fatores que influenciam redes de emergência a adotarem uma forma híbrida de governança? Este trabalho analisa fatores já sugeridos pela literatura e identifica fatores ainda não abordados pela teoria.
Provan & Kenis (2007) identificaram três formas de governança em redes. A primeira com uma empresa líder, a segunda caracterizada por decisões compartilhadas, e a terceira pela existência de um órgão específico para sua administração. Com esta base Berthod et al. (2016) identificaram redes de emergência como dotadas de um sistema híbrido de governança, onde a forma pode ser mais centralizada, ou mais compartilhada, conforme a situação. Estudos anteriores também mostram a confiança e a influência do setor público como fatores possíveis para influenciar a adoção da governança híbrida.
Este artigo se caracteriza como uma pesquisa qualitativa, na forma de um estudo de caso único. O caso selecionado é adequado para a realização do trabalho pois trata-se de uma rede de destacada atuação, com relevante disponibilidade dos dados, e governada de forma híbrida. A coleta de dados contou com cinco entrevistas presenciais, norteadas por um questionário elaborado a partir de um protocolo de pesquisa. Na análise dos dados foram codificados excertos relacionados aos principais aspectos identificados e que, na medida do possível, foram utilizados nas argumentações dos achados.
O PAM possui governança híbrida. Esta, é entendida como a melhor forma de operação. Os adjetivos “necessário”, ou “única forma possível” simbolizam os depoimentos. A confiança não é focada diretamente no líder e o PAM parece estar sujeito a pouca, ou nenhuma, influência do Poder Público. A análise dos dados possibilitou as duas proposições a seguir: “O conhecimento técnico existente entre os profissionais da rede influencia a escolha da forma de governança desta”; e “o tempo de resposta disponível é um fator fundamental na definição da forma de governança adotada por uma rede de emergência”.
Este artigo apresentou o caso de uma rede de atendimento a emergências, oferecendo novas proposições. Concluiu-se que, em virtude do tempo de resposta exigido, a forma híbrida de governança é adequada. A confiança também se mostrou importante para permitir a adoção desta forma. Como implicação teórica, o artigo encontrou novos fatores, enriquecendo a teoria através do aumento de evidências e de possíveis novas explicações para o fenômeno. Como implicação gerencial, permite que gerentes conheçam os fatores que embasam suas decisões sobre adoção de formas de governança.
Berthod, O., Grothe-hammer, M., Müller-seitz, G., Raab, J., & Sydow, J. (2016). From High-Reliability Organizations to High- Reliability Networks : The Dynamics of Network Governance in the Face of Emergency. Jounal of Public Administration Research and Theory, 1–20. http://doi.org/10.1093/jopart/muw050 Provan, K. G., & Kenis, P. (2007). Modes of Network Governance : Structure , Management , and Effectiveness. Jounal of Public Administration Research and Theory, 18, 229–252. http://doi.org/10.1093/jopart/mum015