Objetivos do Desenvolvimento Sustentável
Mulheres
Multidimensionalidade
Área
Estudos Organizacionais
Tema
Diversidade, Diferença e Inclusão nas Organizações
Autores
Nome
1 - Luise Rodrigues Antunes FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO PAMPA - UNIPAMPA (UNIPAMPA) - Santana do Livramento
2 - Mitali Daian Alves Maciel UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS (UNICAMP) - Instituto de Economia
3 - ALESSANDRA TROIAN FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO PAMPA - UNIPAMPA (UNIPAMPA) - Santana do Livramento
Reumo
O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), através da 70ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), realizada no ano de 2015, oportunizou a formalização de um pacto social para a sustentabilidade. Na ocasião, foi apresentada a Agenda 2030 e seus 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Em particular, o primeiro ODS subscreve como objetivo “acabar com a pobreza em todas as suas formas, em todos os lugares”, mediante a definição de sete metas específicas.
as relações sociais, uma vez que as mulheres encontram inúmeros desafios no século XXI na busca por igualdade e respeito (Zabotti; Bertolini, 2019). Diante do exposto, a presente pesquisa visa analisar a dinâmica da desigualdade de gênero a partir do cumprimento das metas da ODS-1. Os indicadores utilizados para a análise foram: 1.1.1, 1.1.2, 1.1.3, 1.4.1 e 1.4.2, nos anos entre de 2015 e 2021, disponíveis no sítio oficial da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe.
Ao avaliar a realidade das condições de vida no Brasil, observam-se dificuldades de reprodução social mais intensa entre a parcela da população feminina (Biroli, 2018). Ribeiro Filho e Ribeiro (2016) apontam que a pobreza e a desigualdade social estão presentes no país desde o processo de colonização. Característica notável do fenômeno é a posição das mulheres, em grande proporção negras, entre os mais pobres, sendo o reflexo de um processo histórico de reprodução de desigualdade social que possui como pilares estruturantes os marcadores de gênero, raça e etnia.
A pesquisa possui abordagem quantitativa, realizada a partir da análise de dados secundários disponíveis no sítio oficial da Comissão Econômica para a América Latina e Caribe (CEPAL). A análise se pautou nos indicadores 1.1.1, 1.1.2, 1.1.3, 1.4.1 e 1.4.2 do ODS-1, considerando o período entre 2015 e 2021.
Como principais resultados, tem-se que o Brasil enfrenta uma série de desafios, os quais o posiciona distante do cumprimento das metas estabelecidas. As mulheres enfrentam as piores condições, as rurais são as mais afetadas com a pobreza (36,5%) em comparação às mulheres com domicílio na área urbana (23%) e aos homens do cenário rural (34,4%).
A maior presença de mulheres entre os pobres e extremamente pobres, no Brasil, tem diversas explicações, mas uma das mais consensuais se refere à posição feminina na divisão social do trabalho. A partir das diferenças socialmente construídas entre homens e mulheres, em uma sociedade patriarcal, estruturam-se a distribuição do poder e hierarquias, as desigualdades são produzidas, papéis são definidos e relações sociais são sustentadas e legitimadas.
BIROLI, F. Gênero e desigualdades: limites da democracia no Brasil. São Paulo: Boitempo, 2018.
RIBEIRO FILHO, F. D; RIBEIRO, S. R. P. Evolução histórico-jurídica do trabalho doméstico. Lex Humana, Petrópolis, RJ, v. 8, n. 2, p. 45-71, 2016.
ZABOTTI, E. D.; BERTOLINI, G. R. F. As perspectivas teóricas utilizadas na produção científica de gênero em posição de liderança nas organizações. Organizações em Contexto, São Bernardo do Campo, SP, v. 15, n. 29, p. 1-14, 2019.