Resumo

Título do Artigo

Racismo “invisível”!? Percepções de pesquisadores do campo da administração
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Palavras Chave

racismo estrutural
racismo institucional
administração

Área

Estudos Organizacionais

Tema

Diversidade, Diferença e Inclusão nas Organizações

Autores

Nome
1 - Karina Francine Marcelino
FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA (UDESC) - Programa de Pós Graduação em Administração
2 - Mário César Barreto Moraes
FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA (UDESC) - ESAG - Centro de Ciências da Administração e Socioeconômicas
3 - VIVIAN LEE GORHAM PONTES
University of Technology Sydney - Business School

Reumo

O racismo estrutural, o qual atravessa as relações sociais no Brasil decorre da própria estrutura social. Já o racismo institucional é o resultado do funcionamento das instituições que conferem desvantagens e privilégios com base na raça. Estudos indicam que as práticas de gestão nas organizações brasileiras são racializadas e nos mecanismos de rotina, formas organizativas, políticas, práticas e normas, assegura-se a dominação e inferiorização dos negros, e o racismo se constitui como propriedade estrutural e institucional.
Deste modo, questiona-se: como o racismo estrutural e institucional é compreendido por pesquisadores da área de Administração? A partir da problemática apresentada, este estudo tem como objetivo compreender o racismo estrutural e institucional a partir das percepções de pesquisadores da área de Administração.
O racismo estrutural constitui as relações políticas, econômicas, jurídicas e até familiares (Almeida, 2019). As pesquisas apontam que a desigualdade no Brasil é influenciada pelo racismo estrutural (Theodoro, 2022; Lourenço, 2023). “O resultado do funcionamento das instituições, que passam a atuar em uma dinâmica que confere, ainda que indiretamente, desvantagens e privilégios com base na raça” trata-se do racismo institucional (Almeida, 2019, p. 26). Estudos apontam o racismo institucional como possivelmente a dimensão mais negligenciada do racismo (Werneck, 2016; Lourenço, 2023).
Este artigo teórico-empírico privilegiou a abordagem qualitativa. A coleta de dados deu-se por meio de entrevistas semiestruturadas, junto a acadêmicos e profissionais do campo da Administração. Empregou-se as seguintes técnicas para análise dos dados: análise de conteúdo, análise descritiva e análise interpretativa. Selecionou-se todos os Programas de Pós-Graduação stricto sensu em Administração das Universidades Públicas do Estado de Santa Catarina, a saber: Universidade do Estado de Santa Catarina, Universidade Federal de Santa Catarina e Universidade Regional de Blumenau.
As percepções dos pesquisadores da área de Administração entrevistados corroboram com a literatura quando estes apresentam discursos em torno da constituição da sociedade brasileira em relação à questão racial, a dificuldade em conceituar cada concepção tendo em vista a natureza do fenômeno social e a interrelação existente, o aspecto naturalizado e legitimado, a presença do racismo nas organizações/instituições bem como as práticas sistemáticas racistas.
O racismo institucional ocorre no interior das instituições sejam elas públicas ou privadas e independente do setor. Esse sistema confere um tratamento desigual com base na raça: desvantagens as pessoas negras e privilégios as pessoas brancas. Já o racismo estrutural ocorre nas relações políticas, econômicas, jurídicas, culturais e familiares de uma sociedade. Estrutural pois as normas e padrões que condicionam o comportamento das pessoas foram criados e consolidados a partir de uma visão racista de mundo.
Almeida, S. L. de. (2019). Racismo estrutural. São Paulo: Sueli Carneiro; Jandaíra. (Feminismos plurais). Lourenço, C. (2023). Uma sociedade desigual: Reflexões a respeito de racismo e indicadores sociais no Brasil. Serviço Social & Sociedade, 146(1), 75–96. https://doi.org/10.1590/0101-6628.304. Theodoro, M. (2022). Sociedade desigual: Racismo e branquitude na formação do Brasil. Rio de Janeiro: Zahar. Werneck, J. (2016). Racismo institucional e saúde da população negra. Saúde e Sociedade, 25(3), 535-549. https://doi.org/10.1590/S0104-129020162610