Resumo

Título do Artigo

CONTATO INTERGRUPAL ENTRE PESSOAS COM E SEM DEFICIÊNCIA EM CONTEXTOS DE TRABALHO: revisão narrativa da literatura internacional
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Palavras Chave

contato intergrupal
pessoas com deficiência
revisão de literatura

Área

Estudos Organizacionais

Tema

Diversidade, Diferença e Inclusão nas Organizações

Autores

Nome
1 - Joelma Cristina Santos
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO JOÃO DEL REI (UFSJ) - Programa de Pós-Graduação em Psicologia (PPGPSI)
2 - Maria Nivalda de Carvalho-Freitas
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO JOÃO DEL REI (UFSJ) - Departamento de Psicologia

Reumo

O pouco contato contribui para que pessoas sem deficiência percebam negativamente o grupo de pessoas com deficiência, tendo por base estereótipos historicamente construídos sobre os quais o preconceito se sustenta, influenciando a diferenciação entre grupos. Por isso, investigações sobre como e em quais condições o contato intergrupal é efetivo para a redução do preconceito em relação a pessoas com deficiência pode contribuir para a adoção de práticas que sirvam ao fortalecimento de políticas públicas e à construção de instituições sociais mais inclusivas.
O pouco contato contribui para que pessoas sem deficiência percebam negativamente o grupo de pessoas com deficiência, tendo por base estereótipos historicamente construídos sobre os quais o preconceito se sustenta, influenciando a diferenciação entre grupos. Por isso, buscou-se apresentar uma revisão narrativa das pesquisas publicadas nos últimos 17 anos sobre contato intergrupal em contextos de trabalho envolvendo pessoas com e sem deficiência, a fim de sintetizar e integrar resultados, considerando abordagens metodológicas quantitativas e qualitativas.
A teoria do contato intergrupal propõe que o contato positivo e frequente entre pessoas de grupos sociais desiguais propicia o desenvolvimento de julgamentos favoráveis sobre o outro (visto como diferente) e, consequentemente, diminui o preconceito. Apesar de considerar, inicialmente, apenas o contato direto entre pessoas de grupos raciais e étnicos, uma vasta literatura internacional, constituída ao longo de décadas, apresenta resultados de diminuição do preconceito pelo contato intergrupal entre pessoas com diferentes características e por meio de distintas possibilidades de contato.
Quase todos os estudos identificados abordaram deficiências invisíveis, como transtornos mentais, neurodiversidades e deficiências intelectuais. Foram observadas diferenças na magnitude e na extensão dos efeitos positivos do contato sobre as atitudes de preconceito, tendo alguns fatores avaliados não apresentado impactos significativos. Essas inconsistências entre os resultados podem estar relacionadas a como as variáveis quantidade e qualidade do contato foram avaliadas, visto que foram definidas e mensuradas de formas bastante distintas entre as pesquisas.
A análise indica que um contato de qualidade favorece melhores relações interpessoais, embora a ausência de condições ideais – status igualitário, objetivos comuns, cooperação intergrupal e apoio de autoridades – possa ter sido determinante para que nem todos os estudos apresentassem resultados significativos. Uma cultura organizacional inclusiva com normas sociais e comportamentais que viabilizem a interação e a cooperação entre pessoas com e sem deficiência possibilita que o contato intergrupal seja de qualidade e contribui para a redução do preconceito socialmente constituído.
Allport, G. (1954/2004). The nature of prejudice. Perseus Book Publishing. Carvalho-Freitas, M. N., & Santos, J. S. (2023). Capacitismo e inclusão: Contribuições teórico-práticas da Psicologia Organizacional e do Trabalho. Vetor. Nario-Redmond, M. R. (2020). Ableism: The causes and consequences of disability prejudice. Wiley-Blackwell. Pettigrew, T. F., & Tropp, L. (2006). A meta-analytic test of intergroup contact theory. Journal of Personality and Social Psychology, 90(5), 751-783. https://doi.org/10.1037/0022-3514.90.5.751