1 - ANDRESSA PETERSEN CARONE UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO (UFES) - Vitória
2 - Taciana de Lemos Dias UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO (UFES) - DEPARTAMENTO DE aDMINISTRAÇÃO
3 - Marilene Olivier Ferreira de Oliveira UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO (UFES) - Programa de Pós-graduação em Gestão Pública
Reumo
Mudanças e inovações fazem parte de processos evolutivos. No entanto, quando o sujeito se encontra em meio a transformações em sua vida pessoa, há dificuldade em se absorver o novo. Jovens ingressantes em universidades carregam o peso da escolha da profissão, juntamente com os problemas de seu desenvolvimento e formação, vivenciando dúvidas sobre seu futuro e as incertezas sobre seu próprio presente, podem apresentar sintomas de ansiedade, estresse e depressão, transtornos que afetam parte expressiva da população.
Há evidências de que parte desses jovens, ao ingressarem no ensino superior sofrem pelo desconhecido e pelas exigências de adaptação a novas formas de ensino, apresentando sintomas que necessitam acolhimento e atenção especializados. Ocorre que poucas instituições possuem programas de apoio à saúde mental de universitários totalmente implementados. Assim, o objetivo geral da pesquisa foi nortear os procedimentos de analisar as ações de apoio à saúde mental de estudantes da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) a luz da percepção dos responsáveis por esse segmento institucional.
A fundamentação teórica versou sobre a saúde mental de universitários, ações para apoio psicológico de universidades e fatores de sucesso dos programas de apoio psicológico de instituições públicas federais. Buscando-se dados e informações referentes a esse período crítico de adaptação, com maiores níveis de responsabilidade, sobrecarga de atividades e pouco tempo para o lazer e descanso, em levantamento bibliográfico e documental.
A pesquisa realizada apresenta abordagem qualitativa, tipificada como descritiva. O campo, por meio de entrevistas, buscou dados e informações sobre as ações de apoio psicológico junto aos gestores e aos integrantes de equipes envolvidas nas ações implementadas. Participaram os profissionais do setor que realiza tais atividades e, também, o nível institucional mais alto. O tratamento dos dados foi realizado com a transcrição das entrevistas e a respectiva análise. Ao final, obteve-se um documento integrativo de todas as atividades desenvolvidas e seu estado de implementação.
Ao final, pode-se dizer que implementar programas com essa finalidade é tarefa complexa, pois as políticas de atenção à assistência estudantil não cobrem atendimentos de alta complexidade, transtornos mentais graves ou situações de urgência e emergência. Entre as atividades encontradas estão: Triagem Psicológica; Psicoterapia Breve; Orientação psicopedagógica, grupos de reflexão, encaminhamento para a rede de atendimento psicossocial, campanhas esclarecedoras e projetos específicos.
Ao final, entre os achados bibliográficos só foram encontrados trabalhos esparsos de apoio à saúde mental de estudantes universitários, sendo que nenhum programa estruturado de forma mais complexa e global foi encontrado. No caso específico da Ufes, em que pesem as iniciativas já realizadas em gestões anteriores, a ocorrência de mudanças e reestruturações administrativas que estão ocorrendo, tornaram esse tipo de apoio ainda muito incipiente. Registra-se, no entanto, a disposição dos gestores e dos profissionais da área de saúde, para implementar iniciativas que possam auxiliar os alunos.
As principais referências bibliográficas foram: Murakami et al. (2018), Gomes, et al. (2023), Floriano et al.(2020), Ramos et al. (2018), Curvo (2022), Soares, Monteiro e Santos (2020), Garcia, Capellini e Reis (2020), Ledra; Ascari; Krauzer (2019), Barros (2023), Barros e Peixoto (2023), DSM V (2014).