1 - AHMED SAMEER EL KHATIB CENTRO UNIVERSITÁRIO ÁLVARES PENTEADO (FECAP) - Liberdade
Reumo
A relação entre riqueza e felicidade tem sido amplamente discutida na literatura acadêmica (Easterlin 1974, 1995). No entanto, existem vários estudos na literatura que mostram uma ligação positiva entre a felicidade e o crescimento financeiro e uma importante correlação entre a felicidade e o prazer de um indivíduo, que estão diretamente relacionados com a intensidade do desenvolvimento e progresso de uma nação (Hagerty e Veenhoven 2003; Diener et al.
Este artigo tem como objetivo analisar a ligação entre salário e felicidade no Brasil, dado o fato de ser um país em desenvolvimento e ter sofrido uma série de transformações económicas e culturais ao longo dos anos. Seguindo as ideias dos autores DiTella e MacCulloch (2010), que constataram que o salário e a felicidade têm uma correlação sólida nos indivíduos mais pobres e nos países menos desenvolvidos, enquanto a adaptação total a maiores rendimentos se reflete entre as pessoas mais ricas e os países desenvolvidos.
Alguns investigadores referem a existência de uma associação entre o rendimento ou salário individual ou familiar e a satisfação financeira (Easterlin 2006; Diener e Oishi 2000; DePianto 2011). Outros acadêmicos estudam a satisfação financeira – isto é, a avaliação subjetiva da situação financeira de uma pessoa – como uma “subconstrução” ou bem-estar subjetivo e satisfação com a vida (Graham & Pettinato, 2004; DePianto 2011; Van Praag 2004) como um componente importante da percepção de status econômico (Joo & Grable, 2004; Kalleberg & Marsden, 2012).
Este artigo apresenta os resultados de nosso estudo sobre a relação entre satisfação financeira, felicidade e satisfação com a vida. Para responder à questão de saber se o dinheiro faz você feliz, o primeiro passo é determinar o que exatamente significa “feliz”. A necessidade de uma definição surge do fato de os termos satisfação, felicidade e bem-estar serem frequentemente utilizados como sinónimos e de forma relativamente arbitrária na vida quotidiana.
Como resultado, estamos menos interessados em saber se o dinheiro nos satisfaz ou nos dá uma sensação de felicidade a curto prazo. Em vez disso, queremos saber se o dinheiro nos permite experimentar bem-estar a longo prazo. Os efeitos positivos do dinheiro só se tornam eficazes se você o usar ativamente para criar felicidade. Nas palavras do filósofo Platão: “As pessoas são felizes quando têm o que é bom para elas”.
Delhey, Jan. 2004. Life Satisfaction in an Enlarged Europe. European Foundation for the improvement of Living and Working Conditions. Luxembourg: Office for Official Publications of the European Communities.
DePianto, David. 2011. Financial satisfaction and perceived income through a demographic lens: Do different race/gender pairs reap different returns to income? Social Science Research 40: 773–83.