Colonialidade do saber
Decolonialidade
Educação Transformadora
Área
Estudos Organizacionais
Tema
Diversidade, Diferença e Inclusão nas Organizações
Autores
Nome
1 - BEATRIZ FERREIRA SOARES MELO FUCAPE Business School - Vitória
2 - Amanda Soares Zambelli Ferretti FUCAPE Business School - Vitória
3 - Marcelo de Souza Marques UNIVERSIDADE VILA VELHA (UVV) - Mestrado de Sociologia Política - Campus de Boa Vista
4 - Sabrina Oliveira de Figueiredo FUCAPE Business School - Programa de Pós-Graduação em Ciências Contábeis e Administração
Reumo
Este estudo teve como objetivo compreender como se manifesta a colonialidade do saber na formação continuada de coordenadores na rede pública de ensino. A fim de responder ao objetivo previamente apresentado, foi realizado um estudo de natureza qualitativa e exploratória, com entrevistas realizadas por meio de roteiro semiestruturado. Os resultados deste estudo indicam a presença persistente da colonialidade do do saber nos sistemas de ensino, ressaltando a necessidade de defender a formação continuada com um enfoque étnico-racial.
O presente estudo apresenta como questão de pesquisa: como se manifesta a colonialidade do saber na formação continuada de coordenadores na rede pública de ensino? Assim, o objetivo desta pesquisa é compreender como se manifesta a colonialidade do saber na formação continuada de coordenadores na rede pública de ensino.
A compreensão da colonialidade do saber envolve entender como o conhecimento, a produção intelectual e as formas de pensar são influenciados por estruturas coloniais de longa data que persistem até os dias atuais (Dube & Campbell, 2023). A colonialidade se apresenta com um dos elementos intrínsecos e específicos do padrão global do poder capitalista, o qual é fundamentado na classificação racial/étnica da população, segundo a qual compreende-se que raça é fruto de um processo histórico, naturalizando a ideologia racista (Souza & Paim, 2019).
Foi realizado um estudo de natureza qualitativa e exploratória, com entrevistas realizadas por meio de roteiro semiestruturado. O público-alvo foi composto por coordenadores de turno de escolas públicas municipais de Vila Velha, região metropolitana do Espírito Santo. Os dados foram analisados por meio da análise crítica do discurso (Resende, 2019).
Os resultados permitem inferir que a existência da colonialidade do saber está presente nos sistemas de ensino, destacando a importância de defender a formação continuada sob uma perspectiva étnico-racial como meio de fomentar uma democracia crítica e reflexiva. O racismo continua sendo uma questão relevante em nossas sociedades, muitas vezes, negligenciada ou minimizada, sublinhando a crescente necessidade de abordagens transformadoras na educação que possibilitem a problematização desse tema.
Observou-se que o processo de ruptura com a colonialidade, por meio do pensamento decolonial, ainda ocorre de maneira fragmentada e individualizada. Esse movimento é impulsionado pelo giro decolonial, que busca produzir conhecimento relevante para a superação de problemas. Diante desse cenário, os desafios delineados por autores como Resende (2019), Quijano (2000), Baptista (2023), entre outros destacam a necessidade de desaprender ensinamentos moldados pelo pensamento colonial, almejando uma compreensão mais inclusiva e justa do conhecimento.
Alcaraz, A. O. (2020). Racismo, racialización e inmigración. Revista de Antropologia, 63(2), 1-23.
Almeida, B.; Sanchez, P. (2017). Implementação da Lei 10.639/2003 – competências, habilidades e pesquisas para a transformação social. Proposições, 28 (1), 55-80. https://doi.org/10.1590/1980-6248-2015-0141.
Almeida, S. (2019). Racismo estrutural. São Paulo: Pólen Produção Editorial LTDA.