Resumo

Título do Artigo

DA ADAPTAÇÃO À MUDANÇA: PRÁTICAS CERIMONIAIS E AS DIFERENTES TRANSFIGURAÇÕES NO PROCESSO DE TRANSIÇÃO SOCIOTÉCNICA
Abrir Arquivo
Ver apresentação do trabalho
Assistir a sessão completa

Palavras Chave

Adoção cerimonial
Transições
Organizações Inovadoras

Área

Estratégia em Organizações

Tema

Abordagens sociais, cognitivas e comportamentais em Estratégia

Autores

Nome
1 - Beatriz Lima Zanoni
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ (UFPR) - Centro de Estudos Sociais Aplicados
2 - Rafael Budach
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ (UFPR) - PPGADM
3 - Sieglinde Kindl da Cunha
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ (UFPR) - JARDIM BOTÂNICO
4 - Thiago Cavalcante Nascimento
UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ (UTFPR) - PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO (PPGA)

Reumo

Entende-se que o campo que abriga organizações inovadoras, nichos e regimes, é em espaço comum onde os atores constroem e compartilham diferentes significados, o que delimita as possibilidades de ação de cada um deles. Mediante a necessidade de adaptação aos preceitos socialmente impostos, propõe-se neste ensaio que as organizações inovadoras podem obedecer apenas superficialmente a pressão institucional ao mesmo tempo em que respondem estrategicamente pautando-se em práticas cerimoniais.
Neste ensaio teórico, propõe-se uma construção reflexiva que parte da seguinte questão: como as organizações inovadoras conseguem se sustentar e, concomitantemente, gerar mudanças, sendo que tendem a destoar e desafiar os preceitos institucionalmente impostos pelos regimes sociotécnicos?
Partindo do princípio de que o campo em que estão as organizações inovadoras e nichos é fortemente institucionalizado, onde a tendência é que a prática se reproduza e se sustente por meio da estrutura, cabe aos novos entrantes, buscar alternativas de sobrevivência. No entanto, é necessário reconhecer não apenas as forças exógenas que limitam a ação humana, mas os processos e ações cotidianas que fazem com que as instituições sejam mantidas, alteradas e até mesmo extintas à medida em que são representadas por grupos de indivíduos em suas atribuições diárias assim como por organizações.
A partir das quatro possibilidades de respostas - conformidade, equilíbrio, desvio e confronto - e suas respectivas intensidades recursivas, entende-se que os regimes, quando pressionados por combinações inovadoras podem ter seus elementos centrais enfraquecidos e podem ser modificados por meio de novas ideias das organizações. Em um cenário contrário, as organizações inovadoras, mediante a necessidade de sobrevivência e busca por legitimidade, podem responder de maneira mais passiva (ainda que em alguns casos, cerimonialmente), adaptando-se ao que lhes é imposto, e equilibrando interesses.
Os diversos níveis de oscilação presente em cada uma das respostas estratégicas demarcam que embora haja, em alguns casos, uma tendência à aceitação dos preceitos institucionais, esta sempre será parcial e nunca total. Ainda que operacionalizadas de maneira diferentes e com intensidades recursivas diversas, todas as possibilidades de respostas trazidas neste ensaio, representam uma maneira de as organizações inovadoras se sustentarem e, em algum ponto, gerarem mudanças.
GIDDENS, A. The Constitution of Society: Outline of the Theory of Structuration. Cambridge: Polity Press, 1984. GRIN, J; ROTMANS, J; SCHOT, J. Transition to Sustainable Development: New Directions in the Study of Long Term Transformative Change. Routledege. NY. 2010. OLIVER, C. Strategic responses to institutional processes. Academy of Management Review, Vol. 16, n. 1, p. 145-179, 1991. SCOTT, W. R. Institutions and organizations: ideas, interests and identitites. 4. ed. London, Thousand Oaks, CA & New Dehli: Sage Publications, 2014.