1 - Hamilton Oliveira ESCOLA DE ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS DE SÃO PAULO (FGV-EAESP) - EAESP
2 - Cláudio Luís Carvalho Larieira ESCOLA DE ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS DE SÃO PAULO (FGV-EAESP) - TDS - Technology and Data Science
4 - Adilson UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE (MACKENZIE) - CCSA
Reumo
Há mais de uma década Cloud Computing (CC) fora indicado como um modelo tecnológico impulsionador da digitalização na indústria de saúde (Agarwal, Guodong, DesRoches e Jha, 2010), podendo ser definida como a entrega de recursos de Tecnologia da Informação (TI) como servidores, rede, bancos de dados (entre outros) sob demanda, por meio da Internet e com definição de preço e pagamento conforme o uso (Mell e Grance, 2011).
Ao se estabelecer como uma plataforma multilateral (Sambamurthy e Zmud, 2017) (Shapiro, Shapiro e Varian, 1998), os m-Health centralizariam um grande volume de informações de saúde, e por ser em essência uma tecnologia centrada no indivíduo, as consequências negativas no caso de comprometimento das informações poderia afetar suas preocupações quanto à privacidade (Agarwal et al., 2010). Experiências negativas no passado envolvendo privacidade também podem aumentar a resistência à assimilação de determinada tecnologia e intensificar as preocupações com relação a privacidade.
Um importante desafio para a implementação de m-Health está relacionado à escolha da plataforma de saúde pelos indivíduos e sua integração com registros eletrônicos de saúde (EHR - electronic health record) (Gilbert e Cribbs, 2020). O EHR é uma estrutura baseada em computador para organizar e armazenar dados de saúde e contribui para facilitar o atendimento ao paciente, a colaboração do médico, melhora a qualidade e aumenta o valor do compartilhamento de informações na área da saúde (Angst e Agarwal, 2009) (Kohli e Tan, 2016).
Assim, este estudo tem como objetivo investigar as preocupações dos indivíduos com relação a privacidade ao ter seus dados de saúde processados com m-Health, utilizando como referência conceitual o modelo MUIPC (Mobile User’s Information Privacy Concerns) concebido por Xu, Gupta, Rosson e Carroll (2012). Foi utilizada a técnica de equações estruturais para avaliar a validade do modelo de mensuração bem como do modelo estrutural e os relacionamentos entre os construtos.
Esse estudo traz contribuições teóricas relacionadas à privacidade de dados pois propõe o uso de uma escala adicional – MUIPC – em estudos na área de sistemas de informação para exame das preocupações com privacidade na área de saúde que, anteriormente, usavam principalmente escalas como CFIP ou CPM.
Do ponto de vista prático, esse estudo deu foco no tópico crucial envolvido na adoção de uma plataforma de saúde: as preocupações relacionadas à privacidade. Ele aponta um caminho em direção ao uso de m-Health para unificação dos dados de saúde do indivíduo e sua digitalização, apresentando essa plataforma como uma opção às iniciativas em torno da criação de um prontuário único do paciente baseadas principalmente em EHR e o equilíbrio que estas plataformas oferecem em termos de segurança, privacidade e controle.