1 - Fábio William José de Assis Centro Universitário Unihorizontes - MG - Santo Agostinho
2 - Jefferson Rodrigues Pereira Centro Universitário Unihorizontes - MG - Santo Agostinho
3 - Marina de Almeida Cruz Centro Universitário Unihorizontes - MG - Bairro Santo Agostinho - Belo Horizonte
Reumo
No cenário da pandemia, foram observadas mudanças significativas no que tange à realidade do trabalho. As organizações, sejam elas públicas ou privadas, tiveram que responder e se adaptar às exigências do momento, com adequações tais como redimensionamento e reorganização de recursos humanos e materiais, elaboração e implementação de protocolos para prevenção de contaminação, entre outros (LUZ et al., 2020). Diante desse contexto foram evidenciadas situações que podem predispor ao adoecimento laboral (LUZ et al., 2020).
Analisar o estresse ocupacional por meio de uma revisão narrativa de estudos publicados acerca da temática no período de 2016 a 2021. Nesse sentido, de maneira específica buscou-se: (I) Identificar as abordagens de pesquisa já consolidadas sobre a temática de estresse ocupacional; (II) Analisar os principais achados de pesquisas realizadas durante o período da pandemia do Covid-19; (III) Discutir direcionamentos podem nortear o avanço da literatura em estudos futuros.
O estresse ocupacional é caracterizado como uma possível consequência do esforço de adaptação a uma nova situação laboral (COOPER, 2008). Se de um lado o estresse pode levar a dificuldades na capacidade de resposta do indivíduo, além de causar sintomas físicos, psicológicos e comportamentais (COUTO, 2014), por outro ele faz parte da vida dos indivíduos e tem a função de estimulá-los, contudo, em excesso, pode ser prejudicial à saúde (COOPER, 2008).
No atual cenário pandêmico fatores importantes que favorecem o aparecimento de situações geradoras de estresses tem sido frequentes e potencializados. Tais fatores podem estar relacionados à duração do período de isolamento e distanciamento social, frustração e tédio, acúmulo de tarefas, incluindo a realização de atividades normalmente realizadas fora de casa. Soma-se ainda a falta de suprimentos, informações inadequadas e dificuldades econômicas. Outros fatores são relacionados diretamente ao Covid-19, incluindo o medo de contrair a doença e preocupação com a própria saúde.
Os resultados obtidos demonstram que o campo de pesquisa sobre o tema pode ser considerado vasto e fértil para estudiosos da área, especialmente após as mudanças decorrentes nos diversos contextos de trabalho, setores e tipos de empresas em todo o mundo. Dessa forma, é possível afirmar que os modelos teóricos de estresse precisam ser repensados e atualizados em função do contexto da pandemia, tendo em vista que uma série de variáveis que não eram consideradas agora são visualizadas de forma acentuada.
BROOKS, B. et al. The psychological impact of quarantine and how to reduce it: rapid review of the evidence. The lancet, v. 395, n. 10227, p. 912-920, 2020.
FERREIRA, J. M. P. et al. Estresse, retaliação e percepção de injustiça nas organizações: proposição de modelo teórico integrativo. Cadernos EBAPE. BR, v. 16, n. 4, p. 774-787, 2018.
GOULARTE, J. F. et al. COVID-19 and mental health in Brazil: Psychiatric symptoms in the general population. Journal of psychiatric research, v. 132, p. 32-37, 2021.