Resumo

A pandemia da COVID-19 representou um desafio global sem precedentes, impactando de forma abrangente e profunda todos os aspectos da vida, incluindo a saúde pública, a economia e as relações sociais. Nesse contexto, as universidades foram diretamente afetadas, tendo que realizar adaptações significativas em suas atividades e rotinas diárias. A suspensão das aulas presenciais e a transição para o ensino remoto, juntamente com a interrupção de pesquisas e a necessidade de comunicação virtual, trouxeram novos desafios para estudantes, professores e demais servidores universitários.

Este estudo tem como objetivo compreender como as universidades federais mineiras se adaptaram ao contexto pandêmico, em especial no que se refere à preservação da qualidade de vida no trabalho de seus servidores. Além disso, busca-se identificar as preocupações e estratégias da gestão universitária diante desse desafio.

A gestão da qualidade de vida no trabalho (QVT) é crucial para o funcionamento das organizações públicas e privadas. A QVT abrange fatores como ambiente físico, condições de trabalho e relações interpessoais. A pandemia da COVID-19 ressaltou a importância da QVT, exigindo medidas para garantir o bem-estar dos colaboradores. O modelo de QVT de Walton, com oito dimensões avaliáveis: oferece uma abordagem abrangente para a gestão da QVT.

Este estudo foi realizado nas 11 universidades federais de Minas Gerais, por meio de pesquisa documental nos sites das instituições. Foram analisados documentos como portarias, decretos e notícias relacionadas às ações de qualidade de vida no trabalho. A análise de conteúdo seguiu as fases de pré-análise, exploração do material e tratamento dos resultados. Os dados foram categorizados e analisados de acordo com os objetivos da pesquisa, utilizando o modelo de Walton (1973) como referencial teórico. Essa abordagem permitiu identificar padrões e tendências nas práticas de qualidade de vida no tr

A análise dos documentos revela que as universidades mineiras adotaram medidas de QVT durante a pandemia. Foram observadas ações de compensação justa, condições de trabalho seguras, saúde mental, integração social, oportunidades de crescimento, relevância social, equilíbrio trabalho-vida, e uso e desenvolvimento de capacidades. Destaque para remuneração adequada, distanciamento social, protocolos sanitários, vacinação e capacitação dos servidores. As práticas adotadas refletem esforços integrados e foco no bem-estar dos servidores.

Ao compreender como as universidades federais mineiras lidaram com os desafios impostos pela pandemia, foi possível observar medidas adotadas para promover saúde e bem-estar dos servidores, fortalecendo a adaptação organizacional em tempos de crise. O trabalho remoto, protocolos de segurança, suporte psicológico e valorização do desenvolvimento profissional foram estratégias destacadas. Essa análise contribui para aprimorar políticas e práticas de qualidade de vida no trabalho nas universidades.

BARDIN, L. Análise de conteúdo. 70 ed. São Paulo: Edições 70, 2016. WALTON, R. E. Quality of working life: What is it? Sloan Management Review, Cambridge, v. 15, n. 1, 1973. BARROS, S.; OLIVEIRA, V. G. M. O princípio da eficiência sob a ótica da avaliação de desempenho do servidor público. Revista Recifaqui, v. 1, n. 12, 2022 SILVA, C.; MORAES, A. O papel estratégico do capital humano na gestão de crise: A pandemia de Covid-19. Revista de Gestão e Projetos, v. 12, n. 2, p. 214-232, 2021. KLEIN, L. L.; PEREIRA, B. A. D.; LEMOS, R. B. Quality of working life: parameters and evaluation in the pub