Resumo

Título do Artigo

Efeitos da Indústria e dos Serviços Sobre o Crescimento Econômico Brasileiro
Abrir Arquivo
Ver apresentação do trabalho
Assistir a sessão completa

Palavras Chave

Indústria
Serviços
Crescimento Econômico

Área

Operações

Tema

Gestão de Operações em Serviços

Autores

Nome
1 - Regiane Lopes Rodrigues
UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA (UFU) - PPGE
2 - Michele Polline Veríssimo
UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA (UFU) - Instituto de Economia e Relações Internacionais

Reumo

Enquanto a literatura kaldoriana atribui um papel importante à indústria de transformação no crescimento econômico, Baumol (1967) argumenta que o setor de serviços restringe o crescimento econômico por ser constituído majoritariamente por serviços estagnantes. Porém, a globalização e o desenvolvimento das Tecnologias de Informação e Comunicação modificaram a natureza das atividades de serviços. Assim, estudos recentes têm encontrado evidências de que os serviços modernos possuem capacidade de contribuir com a inovação, aumento da produtividade e, consequentemente, com o crescimento econômico.
O objetivo desse estudo é testar empiricamente a hipótese de que o setor industrial impulsiona o crescimento econômico brasileiro. Como hipótese alternativa, investiga-se se serviços é o setor que mais contribui para o crescimento da economia nacional. Adicionalmente, analisa-se se há diferentes impactos das indústrias extrativa e de transformação e dos serviços modernos e tradicionais sobre o desempenho do PIB brasileiro.
A partir dos anos 1990, observa-se um aumento dos serviços modernos em países com menores níveis de renda, especialmente nas democracias, em países com maior grau de abertura comercial e em países próximos a centros financeiros globais (EICHENGREEN; GUPTA, 2013). Nestes termos, a perspectiva é de que o setor de serviços se torne o novo motor de crescimento, até mesmo nos países em desenvolvimento, devido aos novos avanços tecnológicos (MAZHAR; REHMAN, 2019).
São estimados três modelos por meio do método Autorregressivos de Defasagens Distríbuidas (ARDL) usando dados trimestrais de 1996 a 2022.
Ambos os setores (industrial e de serviços) contribuem para o crescimento econômico brasileiro no longo prazo. Porém, o desempenho do PIB se mostra mais sensível ao aumento da participação dos serviços comparativamente à indústria. Ao analisar a decomposição dos setores, nota-se maior relevância da indústria de transformação e dos serviços tradicionais para o desempenho da atividade econômica do país. Embora o efeito de cada segmento de serviços seja diferente, apenas os serviços de informação e comunicação não contribui para o desempenho do PIB no longo prazo.
Os resultados obtidos evidenciam a importância de incentivos governamentais para a indústria de transformação e para o setor de serviços a fim de impulsionar o crescimento econômico no país. Considerando que no Brasil o setor de serviços se mostra majoritariamente composto por serviços tradicionais, enquanto os serviços modernos ainda são providos de baixa intensidade de conhecimento tecnológico e mão de obra pouco qualificada, faz-se necessário a elaboração de políticas voltadas para o desenvolvimento dos serviços, sobretudo os modernos.
BAUMOL, W. Macroeconomics of unbalanced growth: the anatomy of urban crisis. Am Econ Rev, v. 57, n. 3, p. 415-426, 1967. EICHENGREEN, B.; GUPTA, P. The two waves of service-sector growth. Oxford Economic Papers, v. 65, n. 1, p. 96-123, 2013. MAZHAR, U.; REHMAN, F. Manufacturing as a growth escalator in low and middle income countries. Journal of Economics and Finance, n. 44, p. 790-809, 2019.