Resumo

Título do Artigo

ESTIMATIVAS DE INVESTIMENTOS NO CÁLCULO DA PERPETUIDADE: DESTRINCHANDO AS RELAÇÕES ENTRE CAPEX, DEPRECIAÇÃO, SETOR DE ATUAÇÃO, CRESCIMENTO REAL E Q DE TOBIN NO LONGO PRAZO
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Palavras Chave

Calculo da Perpetuidade
Capex
Depreciação

Área

Finanças

Tema

Apreçamento de Ativos

Autores

Nome
1 - Matheus Torquato
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO (USP) - FEA
2 - Rodolfo Vieira Nunes
USP - Universidade de São Paulo - FEA/USP

Reumo

Este estudo teve como objetivo examinar a relação entre o Capital Expenditure (Capex) e a depreciação estimada no longo prazo para fins de cálculo da perpetuidade pelo modelo de Gordon. Além disso, analisou-se as respectivas relações com os crescimentos reais, índices Q de Tobin e os níveis de investimentos nos diferentes setores. Objetiva-se aprimorar as premissas adotadas na fórmula da perpetuidade, muitas vezes fator de alta relevância em avaliações elaboradas por fluxo de caixa descontado, principalmente em laudos utilizados para fins de registros contábeis e marcações a valor justo.
Qual a relação entre os investimentos em Capex de empresas brasileiras entre os anos 2000 a 2021, os diferentes crescimentos reais, índices de Qs, setores de atuação e as despesas totais de depreciação? O principal objetivo desse artigo é examinar de modo empírico a relação entre os investimentos em bens de capital, as despesas com depreciação estimadas no longo prazo nas diferentes fases de crescimento de uma empresa e os respectivos setores. Tal análise possibilita um aprimoramento diante da subjetividade de premissas de Capex no cálculo da perpetuidade em Valuations.
A análise realizada confirmou as pesquisas realizadas por Abrams (2003), Armentrouth (2003), McConaughy (2012) e Matthews (2014), as quais apontaram que empresas brasileiras com crescimento real no longo prazo apresentam níveis de Capex significativamente maiores que a depreciação ajustada pela inflação. O objetivo central foca em um problema no cálculo do valor terminal, frequentemente calculado usando a fórmula conhecida como “Gordon Growth Model - GGM” (Gordon, 1959), a qual necessita verificar o crescimento com investimentos necessários.
As análises estatísticas compreenderam métodos descritivos e inferenciais. Inicialmente a análise considerou as medidas de tendência central e de variabilidade, posteriormente empregada a técnica multivariada de dados em painel. Ao buscar estabelecer relações entre variáveis, configurou-se com objetivos descritivos, utilizando procedimentos documentais, mediante dados extraídos do Capital IQ. A população da pesquisa compreendeu as empresas listadas na atual B³ no período de 2000 a 2021, aproximadamente 418 empresa.
A regressão primária revela que cerca de 75% da variação no investimento em Capex é explicada pelas variáveis independentes. A análise mostrou que o Capex tratado em log melhora a mensuração para cálculo de perpetuidade. Todas as variáveis em log natural têm poder explicativo significativo. Análise em dados de painel equilibrados com mais de 3700 observações. Modelos de efeitos fixos e aleatórios têm resultados semelhantes. Depois dos testes, o modelo é considerado robusto.
Este estudo confirma que empresas brasileiras com crescimento real a longo prazo devem adotar estimativa de Capex maior que depreciação ajustada pela inflação. O modelo com maior poder explicativo deve incluir as variáveis de depreciação, Capex, índice Q de Tobin, Ativos Totais, Crescimento Real e setor econômico. Ampliar amostra com empresas dos EUA pode melhorar confiabilidade. Além disso, a regressão destaca que o Capex tratado em logaritmo pode ser melhor mensurado para fins de cálculo da perpetuidade por meio das 5 variáveis estudadas, cada uma com os respectivos coeficientes destacados.
No referencial mencionado, destacam-se autores como Abrams (2003), Armentrouth (2003), Bharath, Pasquariello e Wu (2009), Brown, Fazzari e Petersen (2009), Chava e Roberts (2008), Claessens, Djankov, Fan e Lang (2002), Damodaran (1999), Famá e Barros (2000), Faff, Kwok, Podolski e Wong (2016), Gitman (2010), Gordon (1959), Gujarati (2006), Hennessy (2004), Jensen (1986), Kammler e Alves (2009), Martelanc, Pacheco, Trizi e Pasin (2005), Martins (2001), Matthews (2002, 2014), McConaughy (2012), Myers (1977), Stulz (1990), e Villalonga e Amit (2006).