Resumo

A forma de trabalho nas startups costuma focar em diferenciações do mercado tradicional, atraindo jovens com ideias inovadoras, promovendo combinações de talentos com conhecimentos e mais interações em grupos. Contudo, mudanças organizacionais estão acontecendo em um ritmo muito maior, com novas pressões, tensões intensificadas e constantes no ambiente de trabalho, que podem ser suficientes para gerar quadros de estresse ocupacional.

Diante desse contexto, emerge a seguinte questão de pesquisa: qual o nível de estresse dos profissionais em uma startup educacional? Este artigo tem como objetivo analisar o estresse ocupacional em uma startup educacional cearense com base no Inventário de Sintomas de Stress de Lipp (ISSL). Adicionalmente, como objetivo específico, busca-se identificar as atividades apontadas como causadoras do estresse ocupacional em uma startup educacional.

O estresse ocupacional pode estar relacionado a respostas físicas e emocionais, na geral negativas e prejudiciais ao organismo, que podem gerar insatisfação. Essas respostam poderá ser advinda das exigências de trabalho que não estão correspondendo aos recursos, conhecimentos ou até mesmo as necessidades daquele trabalhador. O estresse ocupacional ocorrerá se reconhece as atividades do trabalho como intensas para os meios de enfrentamento disponíveis. O ambiente de trabalho tem sido relatado como fonte de tensão devido as situações vividas e presenciadas por trabalhadores em seu dia a dia.

Elaborou-se uma pesquisa quantitativa com o levantamento estilo survey, por meio de um questionário online adaptado com base no ISSL, com perguntas que correlacionavam os sintomas, as atividades diárias e ao trabalho como um todo. A lista de sintomas possuía cinco pontos relacionados com a frequência que o indivíduo percebe esses sinaisO local de pesquisa é uma empresa produtora de conteúdo educacional localizada em Fortaleza no Estado no Ceará, idealizada para trabalhar com educação digital acessível para ensino fundamental e médio.

A execução do ISSL dentro da startup educacional mostrou que 33,3% dos funcionários estavam dentro de alguma das fases do inventário. O observou-se que 14 não estavam inseridos em nenhuma fase, apesar de estarem com vários dos sintomas, não chegavam a completar o mínimo exigido. Assim como, não houve indivíduos na fase de alerta. Contudo, foram observados 5 profissionais na fase de resistência com mais sintomas fisiológicos como “sensação de desgaste constante” do que psicológicos, 2 indivíduos na fase de exaustão com mais sintomas psicológicos do que fisiológicos, como “vontade de fugir”.

Destaca-se a aplicabilidade prática do ISSL na amostragem 21 funcionários do estudo, foram possíveis identificar os níveis de estresse desses profissionais seguindo o Inventário de Sintomas de Stress de Lipp. No que tange as limitações da pesquisa reconhece-se que o estudo apresentado não é conclusivo e que o grupo de profissionais é bastante jovem, com pouca experiência no mercado de trabalho e com pouco tempo trabalhando na função exercida dentro da startup. Essas realidades dos profissionais podem trazer dificuldades no entendimento do estresse ocupacional dentro das condições de trabalho.

FIDELIS; ZILLE.; REZENDE (2020); LIPP ( 2013); LIPP ( 2017); LIPP; GUEVARA (1994); PERIN (2015); SADIR; BIGNOTTO; LIPP (2010).