Aceleradora
Negócio Socioambiental
Mensuração de Impacto
Área
Empreendedorismo
Tema
Empreendedorismo Social
Autores
Nome
1 - Ana Luiza Terra Costa Mathias UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO (USP) - FEA
2 - Julia de Macedo Meira UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO (USP) - Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade
3 - Thiago Silveira Ramalho Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo - FEA - Programa de Pós-Graduação em Administração (PPGA)
Reumo
Diante de um número crescente de organizações híbridas, emergem as intermediárias que se propõem a dar suporte na estruturação e criação de impacto socioambiental positivo. Algumas delas surgem em lugares remotos e rurais a fim de atender particularidades regionais, como a Plataforma Parceiros pela Amazônia (PPA), atualmente denominada Amaz - Aceleradora de Impacto. Como apoiadora, um dos principais serviços oferecidos aos negócios é a orientação no processo de avaliação e monitoramento de impacto, o que engloba a definição do método e de seus respectivos indicadores.
Há poucos estudos centrados em aceleradoras de negócios socioambientais, em especial na análise de sua influência na preparação das aceleradas sobre avaliação de impacto. Parte deles são relatórios de pesquisa e guias desenvolvidos por organizações privadas. Esses estudos utilizam critérios como captação de investimento, crescimento do número de funcionários e da receita dos negócios, mas não os indicadores de impacto socioambiental. O objetivo deste estudo foi investigar como as aceleradoras influenciam nos processos de mensuração de impacto de seus acelerados.
Utilizou-se, como fundamentação para análise, guias que orientam a definição de métodos para a construção da avaliação de impacto empregados pelos practitioners da área. O Guia do Insper Metricis (2020) menciona oito etapas no desenho de um plano de medição, dando ênfase em pesquisas que envolvem contrafactual, enquanto o Guia da Artemisia (2017) engloba diferentes possibilidades de “desenho de avaliação”, incluindo os não experimentais. O Impact Management Project (IMP) relata, por sua vez, que o impacto pode ser medido em cinco dimensões: o que, quem, quanto, contribuição e risco.
Trata-se de estudo de caso descritivo da Plataforma Parceiros pela Amazônia (PPA/Amaz), pois captura a complexidade da relação entre a aceleradora e seus acelerados. A unidade de análise estudada foi a relação entre a aceleradora e as aceleradas durante e após o ciclo de aceleração de 2020. A coleta de dados foi feita por meio de questionários e entrevistas semiestruturadas com gestores da aceleradora, de duas aceleradas e especialistas parceiros, bem como dados secundários advindos de documentos e relatórios da aceleradora e aceleradas, e informações disponíveis na internet.
Parte da influência da aceleradora nos processos de avaliação de impacto se dá pelo autorreconhecimento dos negócios socioambientais como organizações híbridas que promovem impacto socioambiental. Apesar de auxiliar em algumas das etapas do plano de medição de impacto, o programa dá ênfase no network e no feedback, possibilitados pelas discussões dos negócios com os facilitadores, mentores e seus pares, enquanto a estruturação de planos de avaliação de forma padronizada e robusta é secundária e implementada de modo informal e incompleto, o que pode variar de acordo com a maturidade do negócio.
O programa auxilia os negócios na descrição do projeto e do público-alvo, na estruturação e aprimoramento da Teoria da Mudança e na definição das métricas. Contudo, devido aos negócios estarem em estágios iniciais e apresentarem dinamicidade no modelo de negócio, o foco está em validar seus produtos e processos ao invés de realizar a avaliação de impacto. A equipe reduzida, a escassez de recursos e a insuficiência de competência técnica resultam na adoção de desenhos avaliativos não-experimentais pelos negócios.
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