Resumo

Título do Artigo

MULHERES NA POLÍCIA PENAL: uma perspectiva do Estado de Santa Catarina
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Palavras Chave

Mulher Policial
Gênero nas organizações
Polícia Penal

Área

Estudos Organizacionais

Tema

Diversidade, Diferença e Inclusão nas Organizações

Autores

Nome
1 - Leila Karenina Ferreira Farias
UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA (UNISUL) - PEDRA BRANCA
2 - Jacir Leonir Casagrande
UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA (UNISUL) - Pedra Branca

Reumo

A concepção sobre o espaço e a condição feminina dentro da sociedade vem passando por transformações há algum tempo. Analisar as questões de gênero é perceber que elas fazem parte de uma construção cultural feita pela sociedade, com noções individuais de masculinidade e feminilidade, onde é possível perceber que o gênero nas relações de trabalho mostra-se estruturador na assimetria encontrada dentro da organização. Nas instituições policiais existem diferentes estruturas e abordagens onde regras formais e informais acabam por impactar o modo como a igualdade de gênero é gerida.
A reprodução dos papéis destinados aos homens e mulheres refletem a organização cultural e social do local onde estão inseridos, demonstrando como são direcionadas posições e hierarquias dentro do trabalho. Neste contexto, este estudo propõe uma reflexão acerca da ocupação por mulheres nos cargos mais elevados do Departamento de Polícia Penal do Estado de Santa Catarina, procurando dar visibilidade às questões de gênero dentro da organização policial.
Pesquisar acerca da motivação que propõe, em homens e mulheres, a redefinição dos papéis profissionais, leva à indagação de suas funções desde o início da humanidade, e consequentemente a diferenciação de sexo dentro das organizações sociais. Entender todos os processos envolvidos na sistemática de gênero dentro das organizações é necessário para compreender suas desigualdades. Mulheres em uma instituição como a polícia, pautada pelo paradigma da masculinidade, desestabilizaram e desorganizaram a estrutura desta organização.
Constatou-se que o Departamento de Polícia Penal- DPP tem panoramas diversos em relação à representação feminina nos cargos de chefia, onde as mulheres representam 23,28% desta função. Na pesquisa se destaca a discrepância encontrada entre o número de mulheres que ocupam os cargos de liderança no prédio administrativo, 63,63%, e a representação de mulheres chefes nos estabelecimentos penais, cerca de 16,12%.
Em contramão aos dados de representação feminina dentro do edifício administrativo está o contra senso encontrado na modesta representação feminina nos cargos de chefia dentro dos estabelecimentos penais. Em ambientes prisionais, ainda extremamente masculinizados, são poucas as mulheres que ocupam os cargos de liderança, atestando que homens e mulheres dentro da organização policial possuem papéis bem definidos. Aos homens o imperativo masculino, representando força dentro do ambiente prisional, e às mulheres o encargo de bem administrar fora do universo hostil dos presídios e penitenciárias.
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