1 - Núbia Costa de Almeida Braga UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ (UFC) - FEAAC
2 - Áurio Lúcio Leocádio UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ (UFC) - PPAC
3 - Francisco Vicente Sales Melo UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ (UFC) - FEAAC
4 - Rodrigo Ladeira UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA (UFBA) - Escola de Administração
Reumo
O consumo slow beauty vem apresentando um crescimento exponencial nas últimas décadas porque preconiza um novo olhar de autocuidado e beleza, na troca de produtos industrializados, pelo consumo de cosméticos naturais, orgânicos ou veganos alicerçado a sustentabilidade ambiental (ERMOLAEVA, 2019). Os consumidores têm se importado mais com o meio ambiente e com a biodiversidade (BARROS et al., 2020), além dos benefícios em longo prazo em relação à saúde, bem-estar (JAINI et al., 2019).
Apesar de diversos estudos apontarem o aumento da demanda por cosméticos sustentáveis, além de diversas pesquisas investigarem algumas práticas, intenções e atitudes de consumo desse tipo de cosmético, não se sabe como mensurar o comportamento dos consumidores em relação a esse tipo de consumo, lacuna que esta pesquisa pretende preencher com a seguinte questão de pesquisa: Como se mensura o consumo slow beauty? Tem-se como objetivo geral propor e validar uma escala para mensuração do consumo slow beauty.
Na sua concepção, o movimento slow beauty deriva do Slow moviment organizado por Carlos Petrini, na Itália, em 1986, cujos princípios básicos são a preservação, o equilíbrio, o tempo certo, além de estar concentrado principalmente no uso do produto (ERMOLAEVA, 2019). Sendo uma filosofia baseada em uma abordagem de estilo de vida e de beleza a longo prazo em oposição a soluções rápidas e resultados apenas externos (PINK, 2017), feitos com métodos ecologicamente correto e sustentáveis, com menos consumo e maior qualidade com objetivo de evitar desperdícios desnecessários (SHALMONT, 2020).
Esta pesquisa é de abordagem quantitativa, do tipo descritiva, com um corte transversal. Para o desenvolvimento da escala, tivemos como suporte o passo a passo sugerido por Costa (2011): 1 Especificação do domínio do construto; 2 Atividades de geração de itens e validação de face e conteúdo; 3 Decisão sobre as respostas; 4 Construção de instrumentos de pesquisa; 5 Primeira atividade de amostragem; 6 Procedimentos de limpeza da escala; 7 Trabalhos de campos adicionais; 8 Procedimentos de limpeza da escala adicionais; 9 Análise de validade e confiabilidade da escala final; 10 Recomendações.
Com base na pesquisa realizada, o resultado evidenciou seis fatores com sete construtos para a escala slow beauty, a saber: percepção (3 itens para mídias sociais; 4 itens para bem-estar), atitudes de consumo (4 itens), saúde (4 itens), localismo (3 itens), referências (4 itens), autenticidade (3 itens). Um dos maiores achados desse estudo foi à identificação e confirmação do construto 'Localismo' e ' Autenticidade. Os construtos 'atitudes de consumo', 'mídias sociais', 'Referência' e 'bem-estar' são bem debatidos na literatura.
Essa pesquisa é uma das primeiras tentativas de investigar os construtos subjacentes ao consumo slow beauty através do desenvolvimento de escala. Esse processo pode servir como suporte para uma definição teórica do conceito de consumo slow beauty ao proporcionar o entendimento substancial do movimento. Os consumidores consideram diferentes aspectos ao consumir os cosméticos slow beauty. A saúde e a mudança de hábito que considera a questão ambiental foram percebidas como elementos de grande importância, se destacando naturalmente na literatura abordada.
AJZEN, I. Nature and operation of attitudes. Annual review of psychology, v. 52, p. 27-58, 2001.
ALCALDE, M. T. Cosmética natural y ecológica: Regulación y clasificación. Ámbito Farmacéutico Cosmética, v. 27, n. 9, p. 96–104, 2008.
AMBERG, N.; FOGARASSY, C. Green Consumer Behaviour in Cosmetic Market. Resources, v. 8, n. 137, p. 1–19, 2019.
BRAGA, N.C.A.; PINHO, A. P. M; LEÓCADIO, A.L. Movimento slow beauty: investigação do consumo de alternativas sustentáveis de cosméticos. Anais dos Seminários em Administração da Universidade de São Paulo, Semead, p. 1-20, 2021.