Resumo

Título do Artigo

CONHECIMENTO FINANCEIRO E AS DIFERENÇAS DE GÊNERO NO BRASIL
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Palavras Chave

Letramento financeiro
PISA
Gênero

Área

Finanças

Tema

Gestão Financeira

Autores

Nome
1 - Eluane Parizottto Seidler
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA (UFSM) - CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANAS
2 - Paulo Sergio Ceretta
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA (UFSM) - adm

Reumo

A alfabetização financeira é, particularmente, importante para os jovens, pois, eles enfrentam decisões financeiras que têm consequências importantes ao longo da vida, como a decisão de investimento em educação. Além do mais, em um mundo caracterizado por produtos e serviços financeiros cada vez mais tecnológicos (criptomoedas, metaverso etc.), uma compreensão básica dos conceitos financeiros tornou-se crucial.
Todavia, é preocupante observar que existem diferenças de gênero persistentes na alfabetização financeira, tendo em vista que essas diferenças contribuem para oportunidades desiguais de prosperidade financeira. Portanto, neste estudo examinamos as diferenças de gênero no letramento financeiro entre estudantes do ensino fundamental no Brasil usando dados do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (PISA) de 2018.
As evidências disponíveis na literatura sugerem que na maioria dos países há uma lacuna de gênero considerável na alfabetização financeira, em que as mulheres, em média são menos alfabetizadas financeiramente do que os homens. É preciso considerar que essas diferenças de gênero observadas na alfabetização financeira existem não apenas entre os adultos, mas também entre os jovens (Arellano, Cámara & Tuesta, 2018, Preston & Wright, 2019, Chambers, Asarta & Farley-Ripple, 2019, Bottazzi & Lusardi, 2021, Tinghög et al., 2021; Okamoto & Komamura, 2021).
Os dados foram obtidos junto a OECD e são relativos à avaliação de letramento financeiro PISA 2018. A verificação da média da educação financeira, dos impactos de variáveis influentes na educação financeira e de suas diferenças entre os gêneros masculino e feminino, serão realizadas através da aplicação de uma equação de regressão múltipla sem constante (e com constante). Os participantes do estudo são estudantes brasileiros na faixa etária dos 15 anos, nascidos no ano 2002 e matriculados a partir do 7º ano do ensino fundamental.
Evidenciou-se uma diferença significativa na variável envolvimento dos pais em questões de alfabetização financeira, desfavorecendo o gênero feminino. Em contrapartida, há uma diferença significativa na variável nível educacional da mãe, a qual favorece o gênero feminino. Na variável indicação da familiaridade de um aluno com conceitos de finanças, observa-se outra diferença significativa que desfavorece o gênero feminino. Quanto a educação financeira nas aulas, tendem a impactar mais para a formação do conhecimento financeiro do gênero masculino, sendo desfavorável para o gênero feminino.
A análise realizada neste artigo sugere que há uma diferença significativa entre os gêneros, isto é, o gênero feminino apresenta menor conhecimento financeiro em relação ao gênero masculino. Podemos registrar o impacto positivo da família, em especial, o papel da mãe no conhecimento financeiro das meninas. Os resultados aqui apresentados confirmam os achados de estudos anteriores, mas também procura avançar no conhecimento e compreensão dos determinantes das diferenças de gênero na alfabetização financeira, em específico no Brasil.
Arellano, A., Cámara, N., Tuesta, D. (2018). Explaining the gender gap in financial literacy: the role of non-cognitive skills. Economic notes - Monte Paschi Siena, v. 47 (2-3), p. 495-518 Bottazzi, L. & Lusardi, A. (2021). Stereotypes in financial literacy: evidence from PISA. Journal of Corporate Finance, v. 71 Chambers, R. G., Asarta, C. J., Farley-Ripplec, E. N. (2019). Gender, parental characteristics, and financial knowledge of high school students: evidence from multicountry data. Journal of Financial Counseling and Planning, v. 30, n. 1, p. 97-109