1 - Elizângela de Jesus Oliveira UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS (UFAM) - ICET
2 - Priscila Rezende da Costa UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO (UNINOVE) - PPGA
3 - Angelica Pigola UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO (UNINOVE) - Memorial - Barra Funda
4 - Eliane Martins de Paiva UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA (UFPB) - Departamento de Ciências Sociais Aplicadas
5 - Camila Naves Arantes UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO (UNINOVE) - Vergueiros
Reumo
Embora seja extensa e consolidada a pesquisa sobre a implementação de inovação em tempos emergenciais (Billings et al, 1980; Calantone et al, 2003; Kach et al, 2016), tem sido negligenciada a investigação sobre a sua dimensão social (Kickul et al, 2018; Damario & Comini, 2020; Crupi et al, 2022) e as capacidades que podem ser desenvolvidas, a priori, tais como a bricolagem (Davidsson et al. 2017; Lima & Nelson, 2021; Iqbal et al, 2021) e a frugalidade (Weyrauch & Herstatt, 2016; Khan & Melkas, 2020; Santos et al, 2020).
Sendo assim, busca-se resposta para a seguinte questão de pesquisa: em que medida a bricolagem influencia a frugalidade, impulsionando, por conseguinte, a inovação social em tempos emergenciais? O objetivo geral é examinar em que medida a frugalidade medeia a relação entre bricolagem e inovação social. A seguir, os objetivos específicos: (a) identificar em que medida a bricolagem influencia a frugalidade; (b) verificar em que medida a frugalidade influencia a inovação social; e (c) propor um modelo estrutural representativo da relação entre bricolagem, frugalidade e inovação social.
As organizações em situação emergenciais podem desenvolver capacidade frugais e de bricolagem para impulsionar inovações sociais de forma rápida, criativa e com poucos recursos (Di Domenico et al, 2010; Rayna & Striukova, 2019). A frugalidade é a capacidade de fazer mais com menos, criando mais valor comercial e social, minimizando o uso de recursos como capital e tempo (Radjou & Prabhu, 2014; Khan & Melkas, 2020). A bricolagem, por sua vez, envolve fazer as coisas aplicando combinações dos recursos disponíveis para novos problemas e oportunidades (Senyard et al, 2012).
O estudo caracteriza-se como quantitativo e foi operacionalizado pelo método survey. O perfil dos respondentes concentrou-se no nível gerencial, ou seja, gestores de empreendimentos econômicos solidários e de empresas de base tecnológica das regiões Norte e Sudeste do Brasil. Foram coletadas 632 respostas completas na fase de campo durante a pandemia de COVID-19 (de dezembro de 2019 até março de 2022). Adotou-se o software SMART PLS 2 e 3 para modelagem de equações estruturais.
Os resultados evidenciam que em tempos emergenciais a frugalidade medeia a relação entre bricolagem e inovação social. Isso nos ajuda a entender que em ambientes incertos e com escassez de recursos, as práticas frugais tornam-se um elo necessário entre as habilidades de bricolagem e a implementação de inovações sociais. Portanto, as organizações devem mobilizar, adaptar e utilizar os recursos disponíveis para impulsionar o desenvolvimento de serviços e produtos simples, acessíveis e capazes de atender as necessidades sociais prementes e não atendidas em contextos emergenciais.
Em regiões menos desenvolvidas e em tempos emergenciais, a bricolagem e a frugalidade desempenham um efeito grande na promoção da inovação social nas empresas de base tecnológica e um efeito médio nos empreendimentos econômicos solidários. Já em regiões mais desenvolvidas e em tempos emergenciais, a bricolagem e a frugalidade desempenham um efeito médio na promoção da inovação social nas empresas de base tecnológica e um efeito pequeno nos empreendimentos econômicos solidários.
Crupi, A., Liu, S., & Liu, W. (2022). The top‐down pattern of social innovation and social entrepreneurship. Bricolage and agility in response to COVID‐19: cases from China. R&D Management, 52(2), 313-330.
Iqbal, Q., Ahmad, N. H., & Halim, H. A. (2021). Insights on entrepreneurial bricolage and frugal innovation for sustainable performance. Business Strategy & Development, 4(3), 237-245.
Khan, R., & Melkas, H. (2020). The social dimension of frugal innovation. International Journal of Technology Management, 83(1-3), 160-179.