Resumo

Os espaços de coworking são considerados como uma das maiores mudanças nos ambientes de trabalho em prol do conhecimento nos últimos 30 anos e, mesmo assim, ainda é um fenômeno pouco explorado academicamente. O coworking como espaço de trabalho mostra-se como uma alternativa viável e menos custosa para o ambiente profissional, além de facilitar a adaptação de quem não se sente produtivo em home office, além de funcionar como hub social e colaboração, ambiente de interação, onde há espaço para troca de ideias.

Considerando a atualidade, importância e escassez de literatura sobre o tema, faz-se necessário explorar quais características abordadas na literatura que possuem potencial de influenciar empresas em empreendedores. Assim, o objetivo deste trabalho surgiu a partir de uma Revisão Sistemática da Literatura (RSL), com a finalidade de, dentre os estudos já realizados sobre coworking, identificar quais as características dos coworkings possuem o potencial de influenciar o desempenho dos negócios.

Muitos estudos consideram que a origem formal do coworking vem dos Estados Unidos, em 2005, por Brad Neuberg e Chris Messina, que abriram o primeiro espaço de coworking em São Francisco. Conceitualmente, o ambiente de coworking pode ser entendido como um espaço compartilhado entre coworkers (termo que abrange os empreendedores e os negócios envolvidos que se inter-relacionam e compartilham o mesmo local) que, por meio de interações entre si, fortalecem as conexões, descobrem novas expertises e agregam valor de forma mútua, proporcionando a sensação de comunidade.

Percebeu-se que, no âmbito pessoal, as características dos coworkings têm o potencial de influenciar a produtividade individual dos membros, a qualidade de vida no trabalho e a convivência entre si. No âmbito empresarial/profissional, percebeu-se que grande parte das relações geram ganhos em potencial para o âmbito corporativo dos coworkers, formando três subcategorias de análise: network, criatividade/inovação e financeira. Por fim, a categoria infraestrutura trouxe caraterísticas que estão associadas à localização e ambiente, aspectos relevantes para o estudo dos resultados encontrados.

Percebeu-se que a produtividade pode ser impactada pela combinação da colaboração com o apoio social e a interação presentes nos espaços, que aparentam associar-se à melhora na qualidade dos trabalhos, a satisfação com o autodesempenho. Já com relação à convivência, percebe-se a influência da colaboração, apoio social e troca de informações, concomitantes à redução do isolamento. Nas finanças, o coworking é capaz de gerar redução nos custos como as contas de eletricidade, água, aluguel, entre outras, além de poderem ser próximos à residência ou ao público alvo.

SPINUZZI, Clay. Working alone together: Coworking as emergent collaborative activity. Journal of Business and Technical Communication, v. 26, n. 4, p. 399-441, 2012. CAPDEVILA, Ignasi. Co-working spaces and the localised dynamics of innovation in Barcelona. International Journal of Innovation Management, v. 19, n. 03, 2015. GANDINI, Alessandro. The rise of coworking spaces: A literature review. Ephemera, v. 15, n. 1, p. 193, 2015. ABE, Tomokazu; UDA, Tadashi. A Correlation Analysis of the Questionnaire Survey on Coworking Spaces in Japan. Discussion Paper, Series A, v. 299. p. 1-61. 2016.