Resumo

Título do Artigo

CASA OU TRABALHO?: REFLEXÕES SOBRE O TELETRABALHO E A INTENSIFICAÇÃO DO TRABALHO
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Palavras Chave

Intensificação do trabalho
teletrabalho
gestão de pessoas

Área

Gestão de Pessoas

Tema

A Gestão de Pessoas diante da COVID-19

Autores

Nome
1 - Luana Sodré da Silva Santos
UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO (UFES) - Campus Goiabeiras/VitóriaES

Reumo

Vem ganhando destaque o teletrabalho que, segundo definição da OIT, pode ser definido como trabalho à distância com utilização de Tecnologias de Informação e Comunicação. O interesse pelo trabalho remoto cresceu à medida que suas vantagens se tornaram aparentes, como a possibilidade de reduzir de deslocamento casa-trabalho e trabalho-casa. No entanto, algumas desvantagens também foram surgindo, no que diz respeito, principalmente, à individualização do trabalho, bem como a perda de direitos trabalhistas.
Com a pandemia do novo coronavírus (COVID-19), é importante fazermos uma reflexão sobre esse regimento de teletrabalho de forma a propiciar elementos que ajudem os setores de gestão de pessoas das empresas a  elaborar políticas que conciliem em harmonia a produtividade e a saúde mental dos trabalhadores. Este ensaio teórico objetiva compreender como a prática do teletrabalho se constitui enquanto trabalho intenso.
O interesse pelo tema intensificação do trabalho tem chamado a atenção de estudiosos do mundo inteiro nos últimos anos (BURKE, 2009, GREEN, 2004, GREEN; MCINTOSH, 2001, MARCKY; BOXALL, 2014, CHESLEY, 2014, OMARI; PAULL, 2015, LE FREVE et al, 2015, DAL ROSSO, 2008, DRUCK, 2011).Embora recorrente na sociedade contemporânea, principalmente em virtude do novo coronavírus, os estudos sobre o teletrabalho ainda são escassos no campo da Administração. Alguns autores brasileiros, no entanto, nos ajudam a entender do que esse tema se trata (COSTA, 2007; ROCHA; AMADOR, 2018).
destaca-se que o teletrabalho como um trabalho flexível que se populariza e recebe um nome em inglês nas organizações - Home office -, para que esta flexibilidade seja glamourizada e positivada entre os trabalhadores, e maquia uma relação de trabalho precária, sem regulamentações trabalhistas, que estimula o desemprego e encoraja o discurso do empreendedor de si, a superindividualização e a consequente perda do senso de coletividade. O teletrabalho evidencia a capacidade de autorrenovação do capital na busca pela lucratividade.
O teletrabalho, assim como outras formas de relação de trabalho na atual sociedade capitalista neoliberal, se apresenta como uma prática individualizante e precária, e que, a longo prazo, pode afetar a criatividade e o desenvolvimento de ambientes de trabalho mais saudáveis. A dificuldade de gerir a falta de limites claros entre tempo e espaço privados e públicos, a possibilidade de deixar o trabalho invadir a privacidade o lar, e as crescentes alterações na saúde física e mental dos teletrabalhadores, nos convida a olhar para essa modalidade de trabalho.
DAL ROSSO, S. Mais trabalho!: a intensificação do labor na sociedade contemporânea. São Paulo: Editora Boitempo, 2008. GREEN, F .Work Intensification, Discretion and the decline in well-being at work. Eastern Economic Journal, v. 30, n. 4, fall, p. 615-625, 2004. COSTA, Isabel de Sá Affonso da. Teletrabalho: subjugação e construção de subjetividades. Rev. Adm. Pública, Rio de Janeiro , v. 41, n. 1, p. 105-124, Feb. 2007 .