Resumo

O desenvolvimento científico e tecnológico é fundamental para o desenvolvimento econômico de um país. A indução de investimentos nessa área pode construir um ecossistema favorável ao desenvolvimento de tecnologias com impactos favoráveis à solução de problemas de ordem econômico, social e ambiental (SANTOS; GOMES, 2019). Porém, observa-se conforme destacam Rodrigues e Gava (2016) que há um hiato entre a produção científica e tecnológica desenvolvida no âmbito das ICTs públicas e as empresas, dificultando o processo de transferência da tecnologia.

Segundo D´avila (2016) a falta de gestão dos procedimentos de transferência de tecnologia dificulta no processo de transferência para o mercado. Assim, em face do exposto, essa pesquisa buscou responder a seguinte questão: quais os modelos de gestão estão sendo utilizados pelas ICTs públicas em processos de transferência de tecnologia no Brasil? Dessa forma, esta pesquisa teve por objetivo analisar os modelos de gestão que estão sendo utilizados pelas ICTs públicas em processos de transferência de tecnologia no Brasil.

O processo de Transferência de Tecnologia pode ser entendido como um conjunto de etapas que determinam a transferência formal de invenções, resultado de pesquisas cientificas e tecnológicas realizadas no âmbito das ICTs e demais setores produtivos da sociedade (DIAS; PORTO, 2014). Para Pedroso et al., (2011) o processo de transferência de tecnologia consiste na articulação entre duas partes, na qual o inventor e o destinatário compartilham conhecimentos e procedimentos que contribuam para que este último possa aplicar em processos e equipamentos.

A partir das análises depreende-se que há ainda lacunas nos modelos analisados, principalmente com relação ao papel e estrutura dos NITs– os quais ainda apresentam fragilidades no que se refere a competência técnica e operacional, que contribuam no processo de valoração, negociação e transferência da tecnologia, como também, nas estratégias mercadológicas e prospectivas das ICTs quanto a articulação de parcerias com as empresas e desenvolvimento de tecnologias que atendam a demanda dos receptores, o que poderá contribuir para redução de inventos que ficam acumulados nas vitrines tecnológicas.

Verificou-se que os modelos de gestão adotados pelas ICTs apresentam diferenças quanto a estruturas, mas características similares além do objetivo comum de promover a transferência de tecnologia para o mercado. Apesar de apresentarem modelos estruturados, observou-se, que todas encontram dificuldades de tornar efetiva a inovação, uma vez que há desafios no processo de transferência. Conclui-se que os modelos adotados são de fundamental importância para nortear os processos de licenciamentos dos inventos criados, devendo, contudo, ser desenvolvido observando a realidade de cada instituição.

FUJINO, A; STAL, E. Gestão da propriedade intelectual na universidade pública brasileira: diretrizes para licenciamento e comercialização. Revista de Negócios, Blumenau, v. 12, n. 1, p. 104-120, 2015. PEDROSO, B. et al. ABORDAGENS SOBRE GESTÃO DA TRANSFERÊNCIA DE TECNOLOGIA. Revista de Engenharia e Tecnologia, [s. l.], v. 3, ed. 1, p. 81-89, 2011. SIMÕES, Fabrício dos Santos; SANTOS, Wagna Piler Carvalho dos. Análise dos Fluxos de Transferência de Tecnologia de Universidades Públicas Brasileiras, Casos de Sucesso: UnB e Unicamp. Cadernos de Prospecção – Salvador, Salvador, v. 11, ed. 3, p.