Resumo

Título do Artigo

PERÍODOS DE CRISE ECONÔMICA E GERENCIAMENTO DE RESULTADOS: Análise em Companhias listadas na [B]3
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Palavras Chave

Gerenciamento de resultados
Crise Econômica
Accruals

Área

Finanças

Tema

Contabilidade

Autores

Nome
1 - Wesley Cirino dos Santos
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS (UFMG) - Faculdade de Ciências Econômicas
2 - Cinthia Moysés Gonçalves
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS (UFMG) - Faculdade de Ciências Econômicas
3 - Raquel Araújo Oliveira
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS (UFMG) - Faculdade de Ciências Econômicas - FACE
4 - Vanderson Ribeiro Gonçalves
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS (UFMG) - Faculdade de Ciências Econômicos

Reumo

Muito esforço tem sido dispendido nas últimas décadas para o entendimento dos determinantes e das consequências do Gerenciamento de Resultados. Contudo, a despeito das evidências que indicam que momentos de stress econômico, tais como crise, interferem nas práticas contábeis, os diversos estudos que abordam essa prática não têm dado a devida atenção às condicionantes macroeconômicas.
A partir do pressuposto de que crises econômicas podem levar as empresas a manipularem seus resultados, essa pesquisa objetiva verificar a influência da crise econômica no gerenciamento d e resultados de empresas brasileiras listadas na [B]3 no período de 2012 a 2019 e parte da seguinte questão problema: Qual a influência da crise econômica no gerenciamento de resultados em companhia listadas na [B]3?
Estudos sobre gerenciamento de resultado indicam que as empresas buscam evitar reportar perdas, ou diminuir a variabilidade do lucro a fim de passar uma imagem de estabilidade e segurança para o mercado. Pode se supor que crises econômicas aumente a propensão das empresas para incorrer em tais práticas. Há duas abordagens principais: aquela que se concentra na suavização de resultados (Leuz, Nanda & Wysocki, 2003) e a que se concentra na qualidades dos accruals, modelos de Jones (Dechow, Sloan & Sweeney, 1995, modificado por Kothari, Leone & Wasley, 2005) e Dechow e Dichev (2002).
A amostra constitui-se de empresas não financeiras listadas na [B]3, excluídas as pertencentes aos setores Comunicações, Petróleo, gás e biocombustíveis e Tecnologias. Os dados foram coletados junto ao Economática e compreendeu o período de 2011 a 2019. Os modelos de qualidades dos accruals foram estimados em corte transversal por setor, em seguida os accruals discricionários foram agrupados por anos e período para cálculo das variáveis. As métricas foram exploradas por testes de médias e em seguida aplicou-se teste de regressão com dados em painel.
As medidas de suavização de resultados mostraram-se maiores no período de crise, o que indica maior nível de gerenciamento de resultados. Em contrapartida, as medidas de qualidade dos accruals discricionários mostraram-se maiores neste período, tanto quando comparado ao período ex ante crise quando comparado ao período ex post crise, ou seja, houve um menor nível de gerenciamento de resultados. A taxa de crescimento do PIB mostrou-se positivamente relacionada com duas medidas de qualidades dos accruals (JONES2 e DD) e negativamente relacionada com a uma medida de suavização de resultados(IS2).
Conclui-se que, há evidências de que períodos de crise econômica são desfavoráveis à prática de gerenciamento de resultados pela manipulação dos accruals discricionários e favoráveis à prática de suavização de resultados.
Dechow, P. M., & Dichev, I. (2002). The quality of accruals and earnings: The role of accrual estimation errors. The Accounting Review, 77, 35-59. Filip, A. & Raffournier, B. Financial crisis and earnings management: the european evidence. The International Journal of Accounting. 49, 455-478, 2014. Kothari, S. P., Leone, A., & Wasley, C. (2005). Performance matched discretionary accruals measures. Journal of Accounting and Economics, 39, 163-197. Leuz, C. et al. (2003). Earnings Management and investor protection: an international comparison. Journal of Financial Economics, 69(3), 505-527.