Resumo

A modalidade de emprego denominada Home Office ganhou um grande destaque nos últimos anos. Com o surgimento da pandemia causada pelo novo corona vírus, a recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) é que haja uma diminuição do número de pessoas circulando nas ruas. Todo o comércio de bens considerados não essenciais foi fechado. Porém, muitas empresas, inclusive as Instituições de Ensino Superior Privadas, viram a oportunidade de manter a prestação de seus serviços trabalhando em Home Office através de plataformas digitais. Os docentes tiveram que se adaptar ao novo contexto.

Este estudo teve a seguinte pergunta de partida: de que maneira os docentes dos cursos de graduação tecnológica de uma instituição de ensino superior privada em Fortaleza – Ceará perceberam a qualidade de vida na experiência de trabalho em home office durante a pandemia da Covid-19? O objetivo geral foi analisar a percepção dos docentes que trabalharam em home office sobre a qualidade de vida no trabalho, e como objetivo específico empírico medir a percepção dos docentes dos cursos de gestão sobre a qualidade de vida no trabalho durante a pandemia da covid-19.

O Home Office é uma modalidade de emprego onde o profissional trabalha prestando serviço para uma empresa ou pessoa física em casa e pela internet. Usa a tecnologia a seu favor e muitas vezes tem um escritório virtual em casa. (FROTA, 2020). No entanto, o estresse é um dos fenômenos que mais prejudicam a saúde, e a profissão de professor é uma das mais estressantes do mundo. Esse fato pode ser comprovado pois há estudos que demonstram que esse fenômeno influencia diretamente no rendimento do professor e em sua qualidade de vida. (CAMARGO et al, 2013).

Quanto aos objetivos a pesquisa caracteriza-se como exploratória e descritiva; quanto aos procedimentos foi realizada uma pesquisa bibliográfica; de campo quanto ao local e de natureza quantitativa. A população alvo foram os dezenove docentes dos três cursos de graduação tecnológica da IES, a saber, Gestão de Recursos Humanos, comercial e Hospitalar que passaram a trabalhar de forma remota no período da pandemia, sendo uma amostra censitária. Foi aplicado uma adaptação do questionário de Guizelini (2014), com 26 perguntas objetivas. A coleta de dados ocorreu em maio de 2020.

A análise dos resultados foi feita a partir das sete categorias de análise: efeitos do isolamento, autogestão, autodesenvolvimento, rotina doméstica, impacto econômico, aspecto contratual e horas trabalhadas. Os resultados obtidos mostraram que as vantagens discutidas no referencial teórico foram percebidas, e a principal delas é a gestão do tempo. Para as desvantagens, a percepção da dificuldade em separar as atividades do trabalho e as domésticas; a sensação de perda salarial, pois os gastos domésticos aumentaram; E a percepção de que não houve melhoria na qualidade de vida no trabalho.

O problema de pesquisa foi respondido na medida em que possibilitou demonstrar de que maneira os docentes dos cursos de graduação tecnológica de uma instituição de ensino superior privada em Fortaleza – Ceará perceberam a qualidade de vida durante a pandemia. Os docentes pesquisados apontam para dificuldades relativas a motivação, relações com colegas e identificação com a instituição no modelo remoto. O aspecto mais relevante refere-se a percepção de que não houve melhoria na qualidade de vida no trabalho. Contudo, a influencia do contexto da pandemia da covid-19 deve ser considerado.

GUIZELINI, Clarice Fornazaro. Percepção do Trabalhador sobre o Modelo de Trabalho em Home Office. Fatec São Sebastião. 2014. HALF, R. Futuro do trabalho: quais as tendências e como preparar a empresa?. Robert Half Blog. 2019. Disponível em: https://www.roberthalf.com.br/blog/tendencias/futuro-do-trabalho-quais-tendencias-e-como-preparar-empresa-rc. Acesso em: 29 mar. 2020. LIMONGI-FRANÇA, Ana Cristina. Qualidade de vida no trabalho – QVT: conceitos e práticas nas empresas da sociedade pós-industrial. 2° edição. Editora Atlas São Paulo, 2004.