Resumo

Título do Artigo

INOVAÇÃO PARA ALÉM DO SÉCULO XXI
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Palavras Chave

Inovação
Desenvolvimento Socioecnômico
Desigualdade

Área

Gestão da Inovação

Tema

Tecnologia e Sustentabilidade, Inovação e Sociedade

Autores

Nome
1 - Glessia Silva
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE (UFS) - Departamento de Administração
2 - Luiz Carlos Di Serio
ESCOLA DE ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS DE SÃO PAULO (FGV-EAESP) - ESCOLA DE ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS DE SÃO PAULO (FGV-EAESP)

Reumo

A inovação foi responsável por saltos significativos de desenvolvimento ao longo do tempo. Entretanto, esses avanços não foram suficientes para conter o crescente aumento da desigualdade no mundo e tem posto em questionamento o impacto das inovações modernas frente às inovações passadas. Nesse sentido, o ensaio aborda os paradigmas técnico-econômicos representados pelas cinco grandes ondas de inovação, o impacto esperado das inovações frente às demandas atuais, e as ações que podem ser desenvolvidas para inovações que tragam desenvolvimento socioeconômico mais igualitário.
As mazelas sociais se perpetuaram mesmo com o conhecimento científico sofisticado que a civilização atual possui e agora estão “escancaradas” em meio à pandemia do COVID-19, que tem mostrado as fragilidades sociais que ainda assolam o mundo. Tal cenário permite questionar porque esses problemas ainda não foram resolvidos. Diante do exposto, este ensaio tem como objetivo discutir a influência da trajetória do campo de inovação no desenvolvimento das sociedades e os rumos que podem ser tomados para uma inovação para além do século XXI.
Este ensaio está dividido em três tópicos de discussão. O primeiro discute a inovação como base para o desenvolvimento e como as ondas de inovação, representadas pelos paradigmas técnico-econômicos, moldaram os rumos das sociedades. O segundo as contradições em torno da noção de impacto e coloca a vertente social um importante determinante da inovação. O terceiro defende que o mundo tem sido cobrado por maior engajamento na resolução dos problemas essenciais da humanidade, que as tecnologias já existentes podem ser convertidas em importantes fontes de mudança social, e aponta algumas soluções.
O desenvolvimento sustentável das nações depende cada vez mais do engajamento de seus governantes em prol de uma agenda política comprometida com a mudança. Mesmo economias ultraliberais têm sido desafiadas a assumir esse compromisso diante da pandemia de COVID-19, e nunca se fez tão clara a importância dos governos no alívio do sofrimento humano. Pensar no futuro envolve olhar para o passado e readequar o presente. É preciso redirecionar os esforços para os problemas cujas soluções já obtiveram êxito em outro tempo e espaço.
O impacto de uma inovação não deve ser medido pelo nível de sofisticação que ela possui, mas por sua capacidade de resolver problemas em larga escala e trazer mais bem-estar social. Isso não significa que inovações que atendam aos interesses de poucos ou que prometam impacto futuro não devam ser desenvolvidas, mas que investimentos devem ser feitos para garantir que novos avanços não sejam conseguidos ao custo da precarização humana. Pois é inconcebível que a mesma civilização que tornou possível o mapeamento do genoma humano ainda conviva com o problema da fome e da mortalidade infantil.
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