Resumo

A partir deste surto global da pandemia da COVID-19 foi possível identificar mudanças severas em praticamente todos os ambientes. No ambiente educacional houve interrupção das atividades presenciais em todo o mundo. No Brasil, por sua vez, as instituições de ensino interromperam as suas atividades presenciais e passaram a utilizar recursos tecnológicos com o objetivo de promover o processo formativo aos alunos por meio de recursos didáticos disponíveis pela internet. Diante deste cenário emerge o processo de aprendizagem remota, bem como os desafios de implantação e adaptação ao novo formato.

Se por um lado população está cada vez mais conectada, por outro lado ainda há muitas instituições que não estão preparadas para o ensino remoto. Ainda neste cenário é possível identificar docentes despreparados, alunos com carência e problemas de conexão com internet e má qualidade dos equipamentos utilizados pelos alunos, tornando-se o desafio de implantação da educação remota ainda maior. A partir deste cenário, este artigo teve como objetivo geral analisar os desafios de implantação da educação remota no período da COVID-19 no ensino técnico a partir da percepção dos docentes

Impactos da COVID-19 na educação brasileira (Barreto & Rocha, 2020; Sobral, 2020; Avelino & Mendes, 2020). Apontamentos necessários associados à Educação a Distância e Educação Remota (Arruda, 2020; Almeida, 2003; Hodges et al., 2020; Junqueira, 2020) e educação remota aplicada ao ensino técnico que embora careça de literaturas de impacto, fundamentou-se em estudos associados ao ambiente tecnológico e a distância (Alves, Nunes e Lima, 2019; Kuhn, Hofler e Silva, 2017; Paulo, Shimoya e Shimoda, 2014 e Santos Júnior (2017).

O artigo se sustentou em um estudo de natureza descritiva e de caráter qualitativo. Como unidade de observação envolveu-se 08 docentes do ensino técnico envolvidos na área de gestão e que estão desenvolvendo aulas remotas a partir da suspensão das aulas presenciais em função da pandemia do novo Coronavírus. Para a coleta de dados utilizou-se um roteiro de entrevista semiestruturado contendo 17 questões, estruturadas em 04 categorias. As entrevistas foram gravadas e posteriormente transcritas. Como técnica de análise de dados realizou-se a análise de conteúdo.

Os resultados coletados junto aos docentes foram analisados por meio de 04 categorias: preparação dos professores, preparação dos alunos, infraestrutura e futuro pós-covid-19. Em todas as categorias foi possível identificar destaques e limitações. Observou-se que no geral houve-se uma boa aceitação da proposta remota, porém com deficiências na preparação, tanto dos docentes como dos discentes, problemas de infraestrutura, associada principalmente aos discentes. Observou-se também, tendências tecnológicas e ensino híbrido no ambiente educacional pós-covid-19.

Os docentes foram treinados para as aulas remotas, porém com oportunidades de melhoria para uma maior carga-horária de treinamento. Como plataforma digitais o Microsoft Teams® e a ‘Nearpod’ mostraram-se adequados. Destacaram-se o aprendizado a novas ferramentas e o ambiente remoto para a realização das aulas. Como limitações, destacaram-se a instabilidade das conexões de Internet, ruídos externos e a dispersão dos alunos em aulas mais prolongadas. Identificou-se um desejo ao retorno das aulas presenciais, porém com tendências ao ensino híbrido e uso mais frequente de tecnologias.

Principais referências ARRUDA, Eucidio Pimenta. EDUCAÇÃO REMOTA EMERGENCIAL: elementos para políticas públicas na educação brasileira em tempos de Covid-19. EmRede-Revista de Educação a Distância, v. 7, n. 1, p. 257-275, 2020. AVELINO, Wagner Feitosa; MENDES, Jessica Guimarães. A REALIDADE DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA A PARTIR DA COVID-19. Boletim de Conjuntura (BOCA), v. 2, n. 5, p. 56-62, 2020. BARRETO, Andreia Cristina Freitas; ROCHA, Daniele Santos. COVID 19 E EDUCAÇÃO: RESISTÊNCIAS, DESAFIOS E (IM) POSSIBILIDADES. Revista Encantar-Educação, Cultura e Sociedade, v. 2, p. 01-11, 2020.