Resumo

Título do Artigo

A PRECARIZAÇÃO DO TRABALHO NO NOVO MODELO DE NEGÓCIO: UBER
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Palavras Chave

Precarização do trabalho
Uberização
Relações de trabalho contemporâneo

Área

Estudos Organizacionais

Tema

Comportamento Organizacional

Autores

Nome
1 - Amanda da Silva Wanderley
CENTRO UNIVERSITÁRIO DA FUNDAÇÃO EDUCACIONAL INACIANA PE SABÓIA DE MEDEIROS (FEI) - São Bernardo do Campo
2 - Lucas Becegato
CENTRO UNIVERSITÁRIO DA FUNDAÇÃO EDUCACIONAL INACIANA PE SABÓIA DE MEDEIROS (FEI) - são bernardo do campo
3 - ISRAEL CABRAL DE SOUSA
CENTRO UNIVERSITÁRIO DA FUNDAÇÃO EDUCACIONAL INACIANA PE SABÓIA DE MEDEIROS (FEI) - São Bernardo do Campo
4 - Maria Laura Ferranty MacLennan
UNIVERSIDADE IBIRAPUERA (UNIB) - São Paulo
5 - Fabiana Bittencourt Fevorini
Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo - FEA - Administração

Reumo

A precarização do trabalho é elemento central da nova dinâmica do desenvolvimento do capitalismo, criando uma nova condição de vulnerabilidade social: um processo social que modifica as condições de trabalho (assalariado e estável), anteriormente hegemônicas no período da chamada sociedade salarial ou fordista. Essa nova condição de trabalho, paulatinamente, se torna central e hegemônica, antagonizando com outras formas de trabalho e de direitos sociais que ainda permanecem e resistem.Considera-se, para fins de pesquisa, que a startup Uber seja bastante representativa deste modelo de trabalho.
Como problema de pesquisa levanta-se: qual a visão do trabalhador sobre a informalidade e precarização das condições de trabalho nesta empresa? Supõe-se que, entre estes fatores podem estar a insatisfação ou necessidade de complemento de renda, ausência de qualificações de trabalho, insatisfação com o modelo tradicional de trabalho entre outros. Para responder ao problema de pesquisa levantado, o objetivo geral deste estudo é compreender a visão que o motorista do aplicativo possui do modelo de negócio da empresa Uber.
Devido à velocidade de crescimento da globalização, os pensamentos neoliberalistas que também cresceram em paralelo, geraram a desregulação do trabalho que pode ser vista como um reflexo da heterogeneidade, diversidade e fragmentação da classe trabalhadora do século XXI. A relação do emprego assalariado constituiu-se como a relação do emprego padrão, e ao redor dela aos poucos foram estabelecidos direitos e benefícios para regulamentar as condições de uma relação de trabalho baseada em nítidas diferenças e subordinação. No Brasil, trabalhos flexíveis ou informais sempre estiveram presentes.
Com base no objetivo geral e objetivos específicos definidos optou-se por uma pesquisa de caráter exploratório realizada através de levantamentos. A pesquisa quantitativa foi realizada com 123 profissionais cadastrados no aplicativo e que atuam como motoristas na região do grande ABCD e outras localidades do estado de São Paulo. A análise utiliza estatística descritiva. A pesquisa foi realizada totalmente via plataformas digitais devido ao momento vivido no ano de 2020 durante a pandemia do vírus COVID-19, impossibilitando o contato direto com os entrevistados.
No estudo é possível verificar que o nível de escolaridade pode ter influência na classificação de um serviço, visto que dentre os níveis de escolaridade, os entrevistados que possuem ensino superior completo classificaram que o serviço prestado à Uber é precário. Ainda que em outras questões os entrevistados tenham sido assertivos em afirmar que os benefícios de um emprego formal não são compensados na Uber, trabalham mais de 8 horas por dia em 7 dias da semana, não possuem segurança e nem suporte da empresa. Os respondentes mostram opiniões equilibradas sobre considerar o trabalho precário.
A partir dos dados e análise apresentados considera-se cumprido o objetivo geral deste estudo foi compreender a visão que o motorista do aplicativo possui do modelo de negócio da empresa Uber. Nota-se a fragilidade dos trabalhadores em relação ao seu vínculo empregatício com este modelo, mas ao mesmo tempo se percebe existência de um novo modelo de negócio já incorporado na sociedade, que predomina com a falsa impressão de autonomia, ocasionada pela alta flexibilidade de horário, ofuscando os malefícios gerados para si mesmos, como falta de regulamentação de horário de início e fim da jornada.
ANDRADE, Cristiane Batista. Casulo AC; Alves G, organizadores. Precarização do trabalho e saúde mental: o Brasil da Era Neoliberal. Bauru: Projeto Editorial Praxis; 2018. Ciênc. saúde coletiva, Rio de Janeiro, v. 24, n. 12, p. 4739-4742, Dec. 2019. CÓRDOVA, Yasodara. Limpeza a R$ 20? A economia compartilhada virou economia da exploração. 2020. Disponível em: https://yaso.blogosfera.uol.com.br/2020/03/05/por-que-a-economia-do-compartilhamento-virou-a-economia-da-exploracao/. Acesso em 14 de mar. de 2020.