Desempenho acadêmico
Teoria da autodeterminação
Motivação acadêmica.
Área
Ensino e Pesquisa em Administração
Tema
Ambientes de ensino-aprendizagem
Autores
Nome
1 - Márcio César de Oliveira Quirino UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA (UFRA) - Campus Tomé Açu - Curso de Ciências Contábeis
2 - ANEIDE OLIVEIRA ARAUJO UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE (UFRN) - PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS CONTÁBEIS
3 - Joana Darc Medeiros Martins UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE (UFRN) - Departamento de Ciências Contábeis
4 - RAIMUNDO MARCIANO DE FREITAS NETO INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO RIO GRANDE DO NORTE (IFRN) - Nova Cruz
Reumo
Na busca de compreender os fatores que motivam o ser humano, Deci e Ryan (2000) desenvolveram a Teoria da Autodeterminação. Para essa teoria, os indivíduos apresentam tendência natural para o desenvolvimento do seu eu a partir das interações com o contexto social. Essas interações proporcionam sua modificação, construindo a capacidade de síntese do conhecimento.
Diante disso, a motivação dos discentes apresenta-se como um campo de pesquisa que possibilita a melhoria e sugere as adaptações necessárias para o impulsionamento do processo de aprendizagem.
Em que pese as implicações da teoria da autodeterminação no contexto educacional, e os desencadeamentos possam fornecer resultados para a prática pedagógica, esta argumentação sustenta a elaboração desta pesquisa que tem como objetivo geral analisar como a motivação acadêmica afeta a auto percepção de aprendizagem pelos estudantes.
A Teoria da Autodeterminação (SDT) tem como objetivo identificar duas questões básicas do ser humano: o porquê e como as pessoas agem, sendo levadas pelas diferentes formas de motivação, o que gera resultados diferentes em contextos sociais diferentes, ajudando ou dificultando o funcionamento e o bem-estar (Vierling, Standage, & Treasure, 2007).
A SDT preconiza que os seres humanos têm três pré-condições psicológicas básicas que são de autonomia, de competência e de relacionamento, as quais são nutrientes essenciais para o crescimento psicológico do indivíduo.
Foram selecionadas seis IES potiguares e os dados foram coletados no quarto trimestre de 2018 de forma presencial. A amostral final totalizou 766 instrumentos válidos. O instrumento foi composto com questões do perfil dos respondentes e a Escala de Motivação Acadêmica (EMA) proposta por Sobral (2013). Adicionalmente, foi inserida uma questão para mensurar a autopercepção de desempenho.
Foi verificada a confiabilidade por meio do Alfa de Cronbach. Posteriormente, foi realizada uma análise descritiva dos dados e, na sequência, uma Análise de Regressão Múltipla, baseada no modelo de Viana (2017).
A amostra tem predominância do gênero masculino, na faixa dos 21 a 24 anos, estudam no noturno e tem concentração em IES privadas.
Na estatística descritiva, os constructos MISA, MEID e MECE apresentaram as médias e a EMA mostrou-se confiável.
Os constructos MISA, MIVE e DESM foram significativos para explicar a autopercepção. Esse resultado contraria a expectativa inicial promovida pela análise descritiva.
Ademais, os resultados de Viana e Viana (2017) apontam que o controle externo impacta negativamente o desempenho acadêmico. Os resultados do presente estudo não seguem nesse mesmo sentido.
Os achados apontam para a ausência de conexão entre a motivação extrínseca e a autopercepção de aprendizado. O aluno parece ter identificação com o curso;sente prazer em aprender e considera importante superar o controle externo.
A significância da Motivação para Vivenciar Experiências sugere que o uso de metodologias ativas tem um amplo potencial,posto que proporciona ao discente não ser apenas sujeito passivo do processo ensino-aprendizagem.
Adicionalmente, os esforços no aspecto da motivação podem ser direcionados para o incremento da motivação extrínseca por identificação e por introjeção.
Deci, E. L., & Ryan, R. M. (2000) The "What" and "Why" of Goal Pursuits: Human Needs and Self-Determination of Behavior. Psychological Investigation, 11(4), 227-268.
Vieling, K. K., Standage, M., & Treasure, D. C. (2007). Predicting attitudes and physical activity in an “at-risk” minority youth sample: A test of self-determination theory. Psychology of Sport and Exercise, 8(5), 795–817.
Viana, G. S., & Viana, A. B. (2017). Motivação acadêmica e sua relação com o desempenho acadêmico: Um estudo com alunos do curso de graduação em administração. Revista Administração em Diálogo, 19(1), 64–88.