Resumo

Título do Artigo

O BEM-ESTAR PSICOLÓGICO PARA AS DIFERENTES SITUAÇÕES DE TRABALHO DURANTE A QUARENTENA NO ESTADO DE SÃO PAULO
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Palavras Chave

saúde mental
bem estar psicológico (BEP)
psicologia organizacional

Área

Estudos Organizacionais

Tema

COVID-19, Organizações e Sociedade

Autores

Nome
1 - Flávia Feitosa Santana
Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) - São Paulo
2 - Mariana Malvezzi
Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) - ESPM-SP
3 - Cléber da Costa Figueiredo
Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) - Álvaro Alvim

Reumo

A Covid-19 trouxe mudanças e impactos sociais. No que diz respeito à situação de trabalho, ampliou o desemprego e a tendência de flexibilização das condições de trabalho para o teletrabalho ou formas híbridas, que podem afetar o bem-estar psicológico (BEP) dos indivíduos conforme a teoria de Ryff e Keyes (1995). Outras condições socioculturais como sexo, número de pessoas que coabitam e renda também podem afetar o BEP dos indivíduos. Investigar as consequências das condições de trabalho na quarentena é relevante para ampliar a investigação e pontos de atenção acerca do tema.
O objetivo geral é verificar o BEP da população do Estado de São Paulo em quarentena de acordo com a situação de trabalho (presencial, teletrabalho, híbrido, aposentado, desempregado, não trabalha). Como objetivos secundários temos: 1) verificar diferenças no BEP entre os sexos; 2) verificar diferenças no BEP para número de pessoas que coabitam; 3) verificar diferenças de BEP para diferentes faixas de renda.
O entendimento de BEP utilizado nesta pesquisa tem como base os aportes de Ryff e Keyes (1995) que desenvolveram um modelo fundamentado no entendimento psicológico positivo, construído a partir de diversas teorias humanistas da psicologia. Para tanto, os autores se basearam em estudos da psicologia do desenvolvimento, psicologia clínica e saúde mental, chegando aos predicados nele implicados, que incluem: autoaceitação, relações positivas com os demais, autonomia, domínio sobre o ambiente, propósito na vida e crescimento pessoal.
A amostra composta por 881 respondentes foi coletada durante os dias 4 e 10 de maio de 2020, cerca de 45 dias após o início da experiência de quarentena. Para garantir a pulverização e representatividade da amostra para o Estado de São Paulo, utilizou-se o gerenciador de anúncio do Facebook, com regras para etnia (cor), renda e escolaridade. Foi utilizada a técnica de regressão múltipla com variáveis dummies. Assim, cada coeficiente, quando significativo, indica o impacto médio de uma determinada variável sobre alguma dimensão de BEP.
Como resultado significativo, em relação às condições de trabalho, os praticantes do tipo de teletrabalho home office apresentaram impacto médio significativo de BEP em relação aos desempregados. Outro resultado significativo é que as mulheres apresentaram menor BEP do que os homens para autonomia, domínio do ambiente e autoaceitação. Destaca-se também que quanto maior a renda do indivíduo, maior o domínio do ambiente e o relacionamento com os outros. Por fim, a autonomia é diminuída à medida que se aumenta a quantidade de pessoas que coabitam com os respondentes.
A hipótese de que o teletrabalho e a forma híbrida de trabalhar tendem a ampliar o BEP em relação ao trabalho presencial foi refutada. Isto corrobora com os resultados de estudos mais recentes que indicam que as formas de teletrabalho têm resultados paradoxais para BEP, tendo vantagens e desvantagens. Os resultados corroboram com as seguintes hipóteses: desempregados têm menor BEP; mulheres têm menor BEP que os homens; número de pessoas que coabitam é inversamente proporcional ao BEP; e a faixa de renda é diretamente proporcional ao BEP.
Ryff, C. (1995). Psychological well-being in adult life. American Psychological Society, 4(9), 99-104. Disponível em https://www.jstor.org/stable/20182342 Ryff, C. D., & Keyes, C. L. (1995). The structure of psychological well-being revisited. Journal of Personality and Social Psychology, 69(4), 719-727. Disponível em http://midus.wisc.edu/findings/pdfs/830.pdf