Resumo

Título do Artigo

ANÁLISE DO PROCESSO DE CRIAÇÃO DE UMA INDICAÇÃO GEOGRÁFICA PARA O SETOR CERVEJEIRO: UM ESTUDO DE CASO EM RIBEIRÃO PRETO
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Palavras Chave

Polo Cervejeiro
Indicação Geográfica
Cerveja Artesanal

Área

Marketing

Tema

Estratégias, Operações e Marketing Internacional

Autores

Nome
1 - Thaís De Lima Brugnaro
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO (USP) - FEA-RP
2 - Janaina de Moura Engracia Giraldi
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO (USP) - FEA-RP

Reumo

As indicações geográficas são uma maneira de valorizar a marca/produto utilizando seu local de origem, proporcionando a institucionalização da relação de qualidade entre o produto e a região ou tradição referente a ele. No Brasil, para bebidas, só existem registro de destilados, vinhos e cafés (INPI, 2019). Em contraposto a isso, está em formação a primeira Indicação Geográfica de cerveja no Brasil, na cidade de Ribeirão Preto, interior de São Paulo. Caso a mesma for concedida, será a pioneira no ramo, podendo trazer ganhos para o setor e a região.
O problema investigado na presente pesquisa é: Como se deu o processo de criação de uma Indicação Geográfica para o setor cervejeiro em Ribeirão Preto? Assim sendo, o objetivo geral é analisar o processo de criação de uma Indicação Geográfica para o setor cervejeiro em Ribeirão Preto.
Foram apresentados os meios para agregar valor a marcas e produtos e como a indicação geográfica é uma maneira de fazer isso, através da relação de qualidade com a região e os possíveis ganhos disso, e a exposição de conceitos acerca do tema, como o que são e a diferenciação entre os tipos de Indicação Geográfica (Indicação de Procedência e Denominação de Origem). Além disso, foram trazidos outros casos de IGs de bebidas alcoólicas e casos de polos cervejeiros no Brasil.
O método de pesquisa utilizado é o estudo de caso, uma técnica qualitativa que investiga um fenômeno atual dentro da situação em que ele ocorre (YIN, 2005). Sendo assim, foi uma pesquisa exploratória e qualitativa, com coleta de dados, por envolver mais de uma unidade de análise, se caracteriza como estudo incorporado. Foram feitas entrevistas em profundidade com os atores envolvidos com o Polo Cervejeiro de Ribeirão Preto e com a formação da IG e/ou que possuem conhecimento sobre o tema.
Foram confirmadas 3 proposições, vendo um benefício da cadeia do setor e de atividades complementares com o Polo Cervejeiro e possivelmente com a IG; pelo fato de não haver outra IG de cerveja no Brasil e a falta de informações sobre o assunto gera uma incerteza sobre o futuro do Polo; e que há um problema de reconhecimento de produtos diferenciados e de origem pelo consumidor, mas o cenário de mudança é positivo. Revelou que para o aumento da competitividade do Polo Cervejeiro são necessários esforços coletivos contínuos da para que a região seja reconhecida, culminando possivelmente na IG.
O artigo contribui para entender dificuldades da obtenção de um título de IG para produtos pioneiros, podendo ser útil para outros casos. Foi possível compreender que a cidade de Ribeirão Preto já possui notoriedade devido ao seu legado histórico, e que cabe à organização dos produtores do Polo Cervejeiro organizarem o esforço coletivo para gerar ressonância dentro do território, possibilitando entender que somente a IG não basta para o reconhecimento do produto. No que diz respeito às limitações, há uma falta de estudos sobre polos cervejeiros.
COELHO-COSTA, Ewerton Reubens. A bebida de Ninkasi em terras tupiniquins: O mercado da cerveja e o Turismo Cervejeiro no Brasil. RITUR-Revista Iberoamericana de Turismo, v. 5, n. 1, p. 22-41, 2015. DIAS, Nathália Caroline. Cachaças de Paraty: A patrimonialização de uma uma tradição. ACENO-Revista de Antropologia do Centro-Oeste, v. 4, n. 8, p. 164-179, 2018. TONIETTO, Jorge. Experiências de desenvolvimento de certificações: vinhos da indicação de procedência Vale dos Vinhedos. Embrapa Uva e Vinho-Capítulo em livro científico (ALICE), 2005.