Resumo

Título do Artigo

ÍNDICE DE TREINAMENTO E EDUCAÇÃO E AS MULTIDIMENSÕES DO DESEMPENHO NAS MAIORES COMPANHIAS ABERTAS DO BRASIL
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Palavras Chave

Treinamento e educação
Desempenho empresarial
Visão Baseada em Recursos

Área

Estratégia em Organizações

Tema

Estratégia Competitiva Baseada em Recursos

Autores

Nome
1 - Victor Daniel Vasconcelos
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ (UFC) - FEAAC
2 - ANNA BEATRIZ GRANGEIRO RIBEIRO MAIA
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ (UFC) - FEAAC
3 - Alessandra Carvalho de Vasconcelos
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ (UFC) - FEAAC
4 - Camila Oliveira barbosa
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ (UFC) - FEAAC

Reumo

Com o mundo corporativo cada dia mais dinâmico, treinamento e desenvolvimento tornam-se preponderantes para o sucesso da empresa, influenciando suas estratégias e sendo necessários para um alinhamento com as ideias corporativas (Borges-Andrade & Abbad, 1996; Gonçalves & Mourão, 2011). Assim, as organizações vêm implementando processos com foco em resultados mensuráveis, para alcançar recursos visando conservar e ampliar a área de treinamento e desenvolvimento, de modo a possibilitar que seus métodos exerçam influência no comportamento dos empregados (Salas & Cannon-Bowers, 2001).
À luz da VBR, que reconhece Treinamento & Educação (T&E) como fator estratégico, para transformação dos recursos humanos em valiosos, raros, difíceis de serem imitados e capazes de gerar renda, emerge a questão: Qual a correlação entre T&E e as multidimensões de desempenho empresarial? Delineou-se como objetivo geral analisar a correlação entre o Índice de Treinamento e Educação (ITE) e as multidimensões de desempenho das maiores companhias abertas brasileiras. Adicionalmente, procurou-se verificar a associação entre T&E, as multidimensões do desempenho, e os setores de atuação das empresas.
À luz da Visão Baseada em Recursos (VBR), T&E pode proporcionar valor estratégico aos recursos humanos, porque a prática torna esse recurso raro e mais inimitável, transmitindo a estratégia da empresa aos funcionários individuais, e ajudando-os a entender a missão e os valores corporativos (Bromiley & Rau, 2016; García-Zambrano, Rodríguez-Castellanos, & García-Merino, 2018; Pérez, Montes, & Vásquez, 2006). Assim, as competências, as capacidades e os conhecimentos transferidos por meio de programas de T&E têm o potencial de criar recursos capazes de gerar vantagens sustentáveis (Barney, 1991).
A amostra reúne 104 empresas no biênio 2015-2016, sendo 54 no ano de 2015 e 50 no ano de 2016, compreendendo 61 companhias diferentes, listadas entre as maiores companhias abertas, segundo a revista Exame Melhores & Maiores (2017). Foram empregadas técnicas de análise qualitativa (análise de conteúdo) e quantitativa (teste de diferenças entre médias, correlação e correspondência múltipla), a partir de dados extraídos dos relatórios de sustentabilidade da GRI, de 2015 e 2016, e da base Economática para os indicadores de desempenho de 2015, 2016 e 2017.
Os resultados mostraram uma correlação positiva significante entre o ITE e a geração de valor, Q de Tobin, nos dois períodos analisados, com e sem defasagem temporal; e entre o ITE e o Ebitda (desempenho operacional), do mesmo período em que as ações de T&E foram implementadas nas empresas. Somente a hipótese H3 foi aceita. Tal resultado está alinhado com o que preceitua a VBR, no sentido de que T&E desenvolve o capital humano, possibilitando mais habilidades e conhecimentos, e produzindo melhores resultados para a organização (Aguinis & Kraiger, 2009; Salas et al., 2012).
Conclui-se que o mercado percebe quando a empresa adota ações de T&E, ao despender horas de treinamento por ano por empregado, investir em treinamento e implementar programas de gestão de competências e aprendizagem contínua junto aos seus colaboradores. Em conformidade com a VBR, notou-se que os recursos internos da empresa, no caso o capital humano, podem gerar vantagens competitivas, haja vista que as ações em T&E nas empresas se mostraram diretamente correlacionadas com a geração de valor (no mesmo período e com defasagem temporal) e com o desempenho operacional (no mesmo período).
Barney, J. (1991). Firm resources and sustained competitive advantage. Journal of Management, 17(1), 99-120. García-Zambrano, L., Rodríguez-Castellanos, A., & García-Merino, J. D. (2018). Impact of investments in training and advertising on the market value relevance of a company's intangibles: the effect of the economic crisis in Spain. European Research on Management and Business Economics, 24(1), 27-32. Pérez, S., Montes, J. M., & Vásquez, C. J. (2006). Human resource management as a determining factor in organizational learning. Management Learning, 37(2), 215-239.