Resumo

Inspirados pelas correntes discussões sobre a proliferação de publicações de baixa relevância e pelo crescimento da aplicação do design thinking em outras áreas do conhecimento (além do Design), esse é um ensaio exploratório sobre como o uso do design thinking em pesquisas científicas em Administração. O design thinking se insere como uma forma alternativa aos métodos tradicionais de pesquisa científica em Administração, principalmente por incorporar o pensamento criativo abdutivo em busca de formulação de novas hipóteses.

Atualmente, parte da produção acadêmica na área de Administração apresenta pouca descoberta e pouca contribuição acadêmica, gerencial e social. O presente artigo tem como objetivo inserir o design thinking (DT) como forma alternativa multimétodo aos métodos tradicionais de elaboração de pesquisa científica na área de Administração.

A fundamentação teórica abrange (1) a conceitualização de design thinking, (2) apresentação o processo do design thinking, (3) relacionamento da técnica como forma de planejar, estruturar e operacionalizar a pesquisa na área de Administração e (4) apresentação dos possíveis resultados e benefícios a serem encontrados com o uso do design thinking.

Dentro de uma abordagem fenomenológica, o processo de design thinking intercala momentos teoréticos e filosóficos com investigações e testes empíricos, sendo que esses últimos podem facilitar sua maior aceitação dentro da pesquisa científica em Administração. Se o DT se ocupa da geração de hipóteses, ele não substitui a pesquisa; ele a enriquece com a proposição de um processo mais robusto de investigação multimétodos e com formação de um time multidisciplinar com o objetivo de aumentar a compreensão de problemas complexos e definir hipóteses mais profundas e relevantes.

Design thinking em pesquisa científica em Administração pode apresentar grande contribuição no desenho de estudos, na geração de hipóteses e interpretação de dados, desde que seja aceita a premissa que outro grupo de pesquisadores com diferente bagagem cultural não chegariam ao mesmo ponto seguindo os mesmos procedimentos, mas que o produto possa ser testado sintética e analiticamente a posteriori. A mudança de perfil de pesquisa pode encontrar resistência de pesquisadores, avaliadores e tutores mais tradicionais, como toda mudança paradigmática.

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