Resumo

Os Sistemas Regionais de Inovação tendem a ser um arcabouço de políticas regionais de integração de atores de suporte à inovação e competitividade empresarial, de preferência vinculados aos Arranjos Produtivos Locais – APL’s. Essa dinâmica vem sendo uma derivação do sistema nacional de inovação, para âmbitos regionais. Com os SRI’s, pretende-se estimular e organizar cada vez mais o trabalho em rede, o que é considerado como uma atividade complexa no cenário mundial e brasileiro. O APL de Confecção dos Bordados na região de São João dos Patos – Maranhão se destaca pela tradição histórica.

Como o SRI promove a inovação e o desenvolvimento de relações interorganizacionais no contexto de arranjos produtivos locais? Desta forma, o presente estudo se propõe a compreender o papel do SRI na promoção da inovação e do desenvolvimento de relações interorganizacionais no contexto do arranjo produtivo de bordados no Maranhão.

Os APL's podem conceber um ambiente favorável à inovação já que constituem uma plataforma de compartilhamento de saberes e de relações capazes de englobar muitas tipologias de inovação, além a criação de novos agentes, novas regras, novas instituições, dentre outros fatores inovadores (Lima, Carvalho & Günther, 2009). Cassiolato e Lastres (2007) consideram o caráter sistêmico da inovação quando apontam que a inovação passou a ser vista, não como um ato isolado, mas sim como um processo de aprendizado interativo, não-linear, cumulativo, específico da localidade e dificilmente reaplicável.

Diante do exposto, se optou por realizar uma pesquisa com abordagem qualitativa e como procedimento metodológico a entrevista em profundidade, na modalidade padronizada aberta, seguida de análise de conteúdo na forma temática. Para aplicação da pesquisa foram selecionados os diversos agentes que compõem o SRI.

Se observou que as principais inovações do APL foram do tipo incremental, além de uma falta de governança entre os agentes do arranjo produtivo. Os discursos revelam que não existe uma unanimidade de objetivos, nem por parte dos agentes, nem pelas associações de bordadeiras. Os agentes acabam desenvolvendo suas ações por conta própria, muitas vezes alheios as verdadeiras necessidades das bordadeiras e não há um consenso entre eles sobre as atividades desenvolvidas. As parcerias diminuíram e nas associações existe um conflito de interesse que acaba desfocando o objetivo principal das mesmas.

Apesar da notória falta de governança entre os agentes que compõe o APL, o que leva a essa falta de unidade de objetivos, há grande potencial de desenvolvimento para o mesmo, inclusive considerando a inclusão de novos agentes no SRI que podem contribuir substancialmente para o progresso do APL e, sobretudo, a introdução de inovações relevantes na atividade.

AMARAL FILHO, J. (2009). Sistemas de Arranjos Produtivos Locais - SAPL' s. Fortaleza/Rio de Janeiro: RedeSist,. APOLINÁRIO, V. & da Silva, M. L. (orgs.). (2010). Análise de Políticas para Arranjos Produtivos Locais em Estados do Nordeste e Amazônia Legal. Natal: Editora da UFRN. BARBOSA, E. K.; et al. (2004). Aglomerações, Arranjos Produtivos Locais e Vantagens Competitivas Locacionais. Revista do BNDES, RIO DE JANEIRO, V. 11, N. 22, P. 151-179, DEZ. 2004. BRITTO, J. (2004). Cooperação e aprendizado em arranjos produtivos locais: em busca de um referencial analítico. Universidade Federal Fl