Resumo

Nas últimas décadas, a dinâmica social tem mudado devido aos avanços da tecnologia.A tecnologia permitiu o surgimento e facilidade na produção e acesso a recursos audiovisuais, presentes no dia-a-dia das pessoas. Estes recursos também podem contribuir para o ensino. (HENRIQUE et al., 2017) Os recursos audiovisuais podem ser uma maneira de ultrapassar estes limites e mudar a dinâmica da aula, despertando emoções nos alunos e proporcionando estímulos auditivos e visuais. (BLIKSTEIN, 1977; FREITAS; LEITE, 2015; BIZARRIA et al., 2017b)

O objetivo deste trabalho é discutir o uso de recursos áudio visuais para o processo de ensino e aprendizagem em teoria das organizações. Respondendo ao problema de pesquisa: como os recursos áudio visuais podem ser usados no processo de ensino-aprendizagem em teoria das organizações?

Para desenvolver o tema, a fundamentação teórica tem início com um panorama do processo de ensino e aprendizagem em teoria das organizações, seguido de uma exposição acerca de como os recursos audiovisuais podem participar e contribuir para o ensino em teoria das organizações. O próximo subtópico da fundamentação teórica compreende maneiras de trabalhar os elementos do filme no ensino. Finalizando este tópico, há um exemplo do uso de um filme para o ensino de uma perspectiva teórica: a Economia política do poder.

O ensino de Teoria das Organizações em Administração foca em permitir que os estudantes pensem, desenvolvam a capacidade de refletir e, portanto, em última análise criar, trazer o novo, o pensamento disruptivo para as organizações. Nesse contexto, os filmes podem trazer novas oportunidades para analisar as organizações. A partir da teoria da Economia Política do Poder, é desenvolvida uma análise do filme “O Diabo Veste Prada”, de forma a compreender como ocorre o sequestro da subjetividade da personagem no filme.

Em perspectivas teóricas como essa, em que se discutem aspectos contrasensuais aquilo que o mainstream da administração prega, as narrativas ficcionais são ainda mais ricas, pois utilizando-se de elementos com humor, enredo, é possível criar um envolvimento maior dos estudantes e, assim, fazê-los compreender melhor os elementos de crítica. O uso de narrativas ficcionais pode criar um componente de identificação que faz com que fiquem “marcas” para esses alunos que, em momentos que se vejam em situações como as que viram podem engajar-se em um movimento de reflexividade e talvez agir diferente

BIZARRIA, F. P. de A.; TAVARES, J. C. de S.; BRASIL, M. V. de O.; TASSIGNY, M. M.; SILVA, M. A. da. O que um filme pode nos ensinar? Estudo Observacional e Análise do Tema Sustentabilidade no filme “Os Sem Floresta”, 2017. BLIKSTEIN, I. Recursos audiovisuais no ensino, 1977.FREITAS, A. D. G. de; LEITE, N. R. P. Linguagem fílmica: uma metáfora de comunicação para a análise dos discursos nas organizações, 2015. HENRIQUE, G.; ISBOLI, P.; AUGUSTO, S.; GAIOTTO, V. Films as object of studies for research in applied social sciences, 2017