Resumo

Título do Artigo

TRAJETÓRIA ACADÊMICA E EMPREGABILIDADE DOS EGRESSOS DO CURSO DE ADMINISTRAÇÃO SOB A ÓTICA DA TEORIA DO CAPITAL HUMANO
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Palavras Chave

Trajetória acadêmica
Teoria do Capital Humano
Empregabilidade

Área

Ensino e Pesquisa em Administração

Tema

Experiências no ensino-aprendizagem

Autores

Nome
1 - Isabela Murad
UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRAS (UFLA) - Lavras
2 - Cléria Donizete da Silva Lourenço
UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRAS (UFLA) - Departamento de Administração e Economia

Reumo

As organizações têm exigido profissionais cada vez mais qualificados e com diversas habilidades. Nestas circunstâncias, os trabalhadores se veem diante da necessidade de buscar mais qualificação para atender a essas exigências. A aquisição dessa qualificação tem sido buscada principalmente nas Instituições de Ensino Superior (IES). Como consequência, o investimento em qualificações e desenvolvimento profissional passa a ocupar um espaço de destaque. O diploma, antes considerado um diferencial, torna-se essencial.
Uma das preocupações quanto ao curso de Administração relaciona-se a seu caráter tecnicista, voltado a formação para a empregabilidade (SARAIVA, 2009), com base na Teoria do Capital Humano, que entende a educação como chave para o ingresso e permanência no mercado de trabalho. Assim, tem-se a seguinte questão: Como se pode compreender a trajetória acadêmica dos egressos do curso de Administração por meio da Teoria do Capital Humano? O objetivo é compreender a trajetória acadêmica dos egressos do curso de Administração por meio da Teoria do Capital Humano e sua relação com a empregabilidade.
O raciocínio da TCH é: a) as pessoas se educam; b) a educação tem como efeito mudar “habilidades” e conhecimentos; c) quanto mais se estuda, maior a habilidade cognitiva e produtividade; e d) maior produtividade permite receber maiores rendas (LIMA, 1980). A educação e as habilidades e conhecimentos influenciam diretamente na produtividade e renda. As formas de investimento em capital humano são: (1) escolaridade; (2) formação pós-escola e aprendizagem; (3) atividades de aprendizagem pré-escolar; (4) migração; (5) saúde; (6) informação (7) investimento em crianças (população) (SCHULTZ, 1972).
Foi feito um estudo qualitativo, cujos sujeitos foram sujeitos foram os egressos do curso de Administração de uma IFES localizada no sul de Minas Gerais. Os dados foram coletados por meio de entrevistas semiestruturadas, que abrangeram três etapas da trajetória acadêmica dos egressos: antes do ingresso no curso de Administração, durante e após o curso. A análise dos dados foi realizada por meio da análise de conteúdo seguindo as orientações de Bardin (2009), apresentando-os em três categorias. A forma de categorização escolhida foi a grade mista.
O ingresso no curso superior, as experiências e busca por desenvolver habilidades são formas de investir em capital humano pela educação; as atividades extracurriculares são uma forma de buscar qualificações e melhorar o currículo; a busca pelo diploma representa a garantia da empregabilidade; o desejo de obter maiores rendas, ascensão social e profissional representam a mobilidade social; e, a busca por títulos e experiências indicam a responsabilidade de investir em si. O investimento em capital humano foi observado na escolaridade, na experiência, na mobilidade social e no pós-escola.
Embora os dados sejam compreendidos a partir TCH, também foram identificados resultados que se distanciam desta. Por isso, seria simplista afirmar que todos os estudantes em todas as IES estariam orientados pela lógica da TCH, representada pela busca da qualificação voltada à empregabilidade. Mesmo que os estudantes iniciem com a ideia de diploma, a universidade proporciona a oportunidade de vivenciar experiências que vão muito além. Considera-se que está havendo a formação que engloba aspectos profissionais e pessoais, conforme outros autores propõem como essencial aos administradores.
BARDIN, L. Análise de conteúdo (Ed. rev. e atualiz.). Lisboa: Edições 70, 2009. LIMA, R. Mercado de trabalho : o capital humano e a teoria da segmentação. Pesquisa e Planejamento Econômico, v. 10, n. 1, p. 217-272, 1980. SARAIVA, L. A. S.; BAUER, M. A. L.; PAIVA, K. C. M. D. Desafios no universo das organizações de educação superior. Revista Gestão e Planejamento, Salvador, v. 10, n. 2, p. 179-192, jul./dez. 2009. SCHULTZ, T. W. Human capital: Policy issues and research opportunities. In: Economic Research: Retrospect and Prospect, v. 6, Human Resources. NBER, p. 1-84, 1972.