Resumo

Título do Artigo

EU POSSO, VOCÊ PODE, EU POSSO MAIS: NARCISISMO E PODER
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Palavras Chave

Narcisismo
Poder
Atitudes gerenciais

Área

Estudos Organizacionais

Tema

Comportamento Organizacional

Autores

Nome
1 - MARCIA FIGUEREDO D SOUZA
UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA (UNEB) - DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E TECNOLOGIAS
2 - MARIA LENY SOUZA OLIVEIRA
UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA (UNEB) - campus XI
3 - jocely santos caldas almeida
UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA (UNEB) - DEDC XI
4 - Domingos Santana Natividade
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Reumo

O poder, suas relações e seus efeitos no ambiente organizacional ganham relevância acadêmica à medida que abrangem temáticas instigantes, que envolvem, entre outros elementos, a subjetividade, tal como a personalidade intrínseca às atitudes de gestores e futuros gestores, no ambiente laboral. Excesso de autoconfiança, autoridade, autossuficiência, superioridade, exibicionismo, vaidade e ambição por poder são fatores marcantes identificados em gestores que exibem traços narcisistas, os quais tomam decisões para benefício próprio, em detrimento do bem da empresa.
Este estudo discute a vertente não patológica do Narcisismo, à luz da Teoria do Alto Escalão e a sua relação com o poder, na busca de evidências para o seguinte questionamento: Qual a relação entre o traço de personalidade narcisista e a busca por poder? Nesse sentido, o presente estudo tem por objetivo analisar a relação entre os traços de personalidade narcisistas e atitudes de poder, em estudantes de administração de uma universidade estadual localizada no estado da Bahia.
A discussão está alicerçada em uma breve revisão de literatura, as bases conceituais sobre a busca por Poder (McClelland, 1961, 1987), imbricada em traços narcisistas (Raskin & Terry, 1979, 1988), à luz da Teoria do Alto Escalão apresentada por Hambrick & Mason (1984) e Hambrick (2007) a qual revela que características como personalidade, valores, idade, ocupação na empresa, experiência funcional, educação, raízes socioeconômicas e posição financeira são consideradas importantes e possibilitam uma visão psicológica de atitudes e comportamentos humanos.
Adotou-se a abordagem teórico-empírica. O survey foi utilizado como estratégia de coleta de dados, por meio de um questionário autorrelato, aplicado presencialmente e on-line, com 161 estudantes do 7º e 8º semestres do curso de Administração, de uma universidade estadual, localizada no estado da Bahia, no ano de 2018. O questionário foi composto de: perfil demográfico, 40 assertivas do inventário de personalidade Narcisista NPI (Raskin & Terry, 1988) e 13 assertivas de concordância do tipo likert (1 a 5 pontos) que denotam atitudes de Poder (McClelland, 1961; 1987).
Dos 161 estudantes analisados, 26,08% apresentaram altas médias de Narcisismo e atitudes de Poder.Foi percebido que quanto mais altos os traços narcisistas, maior a busca de poder. Em se tratando de sexo, evidenciou-se que o masculino tem maior interesse pelo poder do que o feminino. Observou-se, ainda, a existência de correlação significativa e positiva entre o Narcisismo e Poder, Poder e Sexo, e Sexo e Atividade Remunerada.
Estes resultados implicam um olhar mais profundo da área acadêmica e profissional sobre as atitudes dos futuros gestores que apresentaram alta disposição para os traços narcisistas e para a busca por poder. O excesso de confiança, a vaidade, a independência excessiva podem causar um clima organizacional conflituoso e altamente competitivo, dado que o uso de estratégias para influenciar ou persuadir os outros, podem ser desonestas e prejudicar o desempenho empresarial. A busca pelo poder e pela liderança deve ser algo natural e não corrompida por atitudes egoístas e de interesse pessoal.
Hambrick, D. C., & Mason, P. A. (1984). Upper echelons: the organization as a reflection of its top managers. Academy of Management Review, 9(2), 193-206. Hambrick, D. C. (2007). Upper echelons theory: an update. Academy of Management Review, 32(2), 334-343. McClelland, D.C. (1961). The achieving society. The Free Press, New York, 1961. Raskin, R., & Terry, H. (1988). A principal-components analysis of the narcissistic personality inventory and further evidence of its construct validity. Journal of Personality and Social Psychology, 54(5), 890-902.