Resumo

Segundo Macedo (2000), a percepção ambiental atribui valores e importância ao meio ambiente, influenciando no comportamento do ser humano. A responsabilidade social da empresa e a percepção ambiental de todos os seres humanos devem estar baseadas em uma consciência clara dentro da esfera econômica, social e ambiental. Torna-se necessário que, ao serem protagonistas em seus atos de compra e produção, busquem informar, sensibilizar, mobilizar e motivar as mudanças de atitudes e comportamentos em todas as esferas da sociedade (Brandalise, 2010).

A questão que norteia este estudo é: qual é a percepção ambiental dos colaboradores de uma cooperativa de trabalho médico? Assim, este estudo tem como objetivo geral analisar a percepção ambiental dos colaboradores de uma cooperativa de trabalho médico. O estudo se justifica, ao investigar o grau de conhecimento das ações já realizadas pela cooperativa pode-se desenvolver ações para conscientizar os envolvidos a respeito da importância da preservação do meio ambiente, estimulando a redução do consumo de recursos naturais e materiais de expediente, contribuindo na busca pela sustentabilidade.

Chambers e Conway (1991) apontaram que a sustentabilidade depende de como os recursos e as potencialidades são utilizadas, mantidas e realçadas para preservar meios de subsistência. Para Mikhailova (2004) uma atitude sustentável é uma exploração de recursos naturais exercida de forma sustentável, que tende a durar para sempre e não se esgotará nunca. Brandalise et al. (2009) definem que a percepção ambiental é a interpretação que uma pessoa faz e que leva a crer que o nível de instrução e experiência influencia no modo como um estímulo é percebido, nas atitudes e comportamento de consumo.

O instrumento utilizado para coleta de dados foi um questionário estruturado com base no modelo VAPERCOM. O modelo relaciona a variável ambiental, percepção e comportamento de compra do consumidor com base na existência de um processo que orienta a conduta do consumidor por variáveis ambientais que são consideradas no seu consumo, a partir da sua percepção. O modelo considera três elementos que atuam sobre o consumidor no macro ambiente: variável ambiental, estímulos (internos e externos) e influências (sociais, marketing e situacionais) (Brandalise, 2006, p. 111).

A primeira seção do instrumento de pesquisa aplicado buscava caracterizar o perfil sócio demográfico da amostra de respondentes, trazendo luz ao gênero, nível de escolaridade, renda familiar, fonte de informação sobre o tema ambiental e por fim uma questão direta sobre o conhecimento técnico, a respeito do conceito de ACV do produto conforme definido por Brandalise (2006); resultando no indicador de 3,30 em uma escala de 0 a 4 pontos. Para interpretação dos resultados, quando resultar entre 3,3 a 4,0 pontos, considera-se que os respondentes possuem "forte preocupação" Brandalise (2006).

Nesse caso, indica-se à organização o desenvolvimento de ações que tenha como objetivo a redução do uso de materiais de expediente, a economia na utilização de energia elétrica e água, ações que intensifique a interação dos colaboradores com o meio ambiente e ações de descarte consciente de materiais utilizados em seus produtos e serviços. Essas iniciativas apresentam potencial para fomentar, ainda mais, a percepção ecológica e a preocupação com o ciclo de vida do produto entre os colaboradores, com intuito de tornar os colaboradores, cada vez mais, consumidores ecológicos.

Brandalise, L. R., Bertolini, G. R. F. (2014). Instrumentos de medição de percepção e comportamento – uma revisão Brandalise, L. T. (2006). Modelo de suporte à gestão organizacional com base no comportamento do consumidor considerando sua percepção da variável ambiental nas etapas da análise do ciclo de vida do produto. Macedo, R. L. G. (2000). Percepção e conscientização ambiental. Mikhailva, I. (2007). Sustentabilidade: evolução dos conceitos teóricos e os problemas da mensuração da política prática. Sachs, I. (2000). Caminhos para o desenvolvimento sustentável.