Resumo

Título do Artigo

Uma Análise da Tomada de Risco em Firmas Familiares
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Palavras Chave

Firmas Familiares
Tomada de Risco
Tomada de Decisão

Área

Finanças

Tema

Governança, Risco e Compliance

Autores

Nome
1 - Gabriel Voelcker
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL (UFRGS) - Centro
2 - Clea Beatriz Macagnan
UNIVERSIDADE DO VALE DO RIO DOS SINOS (UNISINOS) - Programa de Pos-Graduacao em Ciencias Contabeis
3 - Daniel Vancin
UNIVERSIDADE DO VALE DO RIO DOS SINOS (UNISINOS) - Escola de Gestão e Negócios

Reumo

O trabalho analisa a relação entre firmas familiares e tomada de risco. A literatura em firmas familiares busca analisar os fatores que as diferenciam das firmas não familiares, tendo o presente trabalho escolhido trabalhar a tomada de risco. Por um conjunto de particularidades que lhe são inerentes, espera-se que firmas familiares possuam um comportamento diferenciado ao tomar riscos uma vez que a família empresária possui um envolvimento diferenciado com a firma. Este se manifestaria na tomada de risco, que contempla o conjunto de decisões que o administrador deve realizar.
Firmas familiares são caracterizadas pelo envolvimento da família empresária na sua administração. Isso implicaria a manifestação de particularidades ao tomar decisões como a tomada de risco, uma vez que o administrador compartilharia do retorno residual das decisões(Fama e Jensen, 1983). Considerando o exposto, o objetivo principal da presente pesquisa é analisar se as firmas familiares brasileiras de capital aberto tomam menos risco que firmas não familiares.
A fundamentação teórica trabalha firmas familiares e tomada de risco. Em firmas familiares, aborda sua definição, características e relevância(Gallo e Vilaseca, 1996 e Gomez-Mejía et al., 2007). Interpreta-se como estas particularidades influenciaram sua posição de tomada de risco, que é o conjunto de decisões que os administradores realizam sujeitas a riscos. Realiza-se então uma revisão empírica dos trabalhos que utilizam ambos conceitos para então desenvolver a hipótese de pesquisa: firmas familiares possuiriam maior aversão à tomada de riscos que firmas não familiares.
Os procedimentos metodológicos envolvem testes econométricos divididos em duas etapas. A primeira etapa consiste em testes de diferenças de médias, comparando os valores estatísticos das variáveis distinguindo firmas familiares e firmas não familiares. O segundo procedimento econométrico consiste em testar a hipótese de que firmas familiares são mais avessas à tomada de riscos que não familiares. Utilizando proxies para tomada de risco e classificar as firmas como familiares ou não, rodam-se regressões de Mínimos Quadrados Ordinários com diversas configurações de variáveis.
O primeiro resultado obtido pelos testes econométricos indica que firmas familiares e firmas não familiares seriam diferentes entre si dada a diferença de médias estatística entre elas. Já no teste de hipótese, as oito regressões rodadas indicam que a presença familiar implicaria em uma menor tomada de risco por parte das firmas. Em todas as regressões este resultado é significante a um nível de 1%.
O trabalho teve por principal objetivo analisar se as firmas familiares tomam menos risco que firmas não familiares. Para isso, foi realizado uma revisão bibliográfica sobre os dois construtos trabalhados: firmas familiares e tomada de risco. A literatura revisada não apresentou consenso sobre a postura das firmas familiares ao tomar risco. Dessa forma, buscou-se testar empiricamente a tomada de risco das firmas familiares. Os resultados indicam que as firmas familiares possuiriam um comportamento diferenciado e uma aversão à tomada de risco quando comparadas com as firmas não familiares.
FAMA, E. F.; JENSEN, M. C. Separation of ownership and control.The journal of lawand Economics, The University of Chicago Press, v. 26, n. 2, p. 301–325, 1983. GALLO, M. A.; VILASECA, A. Finance in family business.Family business review,SAGE Publications Sage CA: Los Angeles, CA, v. 9, n. 4, p. 387–401, 1996. GÓMEZ-MEJÍA, L. R. et al. Socioemotional wealth and business risks in family-controlled firms: Evidence from spanish olive oil mills.Administrative science quarterly,SAGE Publications Sage CA: Los Angeles, CA, v. 52, n. 1, p. 106–137, 2007.