Resumo

Título do Artigo

IDOSOS DE BAIXA RENDA E O CONSUMO DE CRÉDITO: Uma análise sobre as riquezas dessa relação sob o olhar do Marketing
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Palavras Chave

Consumo de crédito
Idosos
Baixa renda

Área

Marketing e Comportamento do Consumidor

Tema

Mercado Infantil e Idoso

Autores

Nome
1 - Gustavo Tomaz de Almeida
UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MINAS GERAIS (UEMG) - Faculdade de Políticas Públicas
2 - Bruno Medeiros Ássimos
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS (PUC MINAS) - Coração Eucarístico
3 - Georgiana Luna Batinga
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS (PUC MINAS) - Programa de Pós-Graduação em Administração

Reumo

Nos últimos anos, alguns pesquisadores de Marketing têm alertado para um tema pouco estudado na área: o consumo de crédito (Bernthal, Crockett, & Rose, 2005; Langley, 2014; Peñaloza & Barnhart, 2011). Em complemento, não encontramos trabalhos nacionais que falem sobre as particularidades do consumidor de baixa renda ao se tornar idoso e fazer o uso do crédito. Adiante, também são raros os estudos que direcionem para a pluralidade de usos do crédito aos diferentes grupos de idosos. Essas e outras questões acenam para o gap teórico que nossa pesquisa busca compreender melhor.
Como problema de pesquisa, o estudo busca responder a seguinte questão: Como os idosos de baixa renda se relacionam com o consumo de crédito, direcionando o olhar dos pesquisadores de Marketing para as riquezas dessa relação? Consequentemente, o objetivo dessa pesquisa foi compreender como os idosos de baixa renda se relacionam com o consumo de crédito, direcionando o olhar dos pesquisadores de Marketing para as riquezas dessa relação.
A fundamentação aponta para a baixa renda e sua relação com o consumo; a pluralidade de usos do crédito; bem como o consumo como forma de promulgar a (in)dependência financeira. Nota-se que a baixa renda pode sofrer de privação financeira, em virtude de saúde precária, falta de acesso aos recursos e estigmatização social. A revisão aponta que o o consumidor de crédito geralmente assume 4 perfis: o coitadinho, o endividado, o marginalizado e o produtor de identidade via crédito. Finalmente, a literatura sugere mais para a dependência do crédito, do que para a independência do consumidor.
Acessamos os participantes por meio de uma etnografia com 120 idosos de baixa renda que frequentam um projeto vinculado à Assistência Social de uma prefeitura de uma pequena cidade de Minas Gerais. O critério para definição dos participantes se deu pelo conceito do Estatuto do Idoso,que considera àquele com 60 anos ou mais; bem como o conceito de baixa renda da ABEP, que classifica nessa faixa as pessoas com renda familiar de até R$1.625,00. O campo foi iniciado por três pesquisadores em abril de 2016 e segue até a presente data, totalizando mais de 400 horas de campo (1.750 páginas de texto).
Nesse contexto, os temas que foram recorrentes na maioria das entrevistas, e que representam conteúdos que carregam significados que interessam a proposta deste estudo circundam em três categorias de análise: (1) Particularidades da baixa renda ao se tornar idoso e usar o crédito; (2) Pluralidades de sentidos atribuídos ao crédito, momento no qual se aponta para a existência de grupos de idosos de acordo com o sentido atribuído ao crédito; (3) (In)dependência financeira e de vida do idoso de baixa renda via crédito.
O consumo de crédito assume significados para os entrevistados em esferas sociais, políticas, culturais e históricas. Além disso, observamos que não existe um padrão homogêneo de consumidores idosos influenciados só por fatores cognitivos e/ou comportamentais. Notam-se diferenças entre atores e observadores ao construírem sua própria realidade social e suas percepções seletivas sobre o que se entende sobre o sentido do consumo de crédito. Diferente do que alguns estudos anteriores apontam (geralmente em expressões como “Os idosos são”), o que se vê é a desfragmentação social e não a coesão.
Bauman, Z. (2010). Vida a crédito. Rio de Janeiro: Zahar Bernthal, M. J., Crockett, D., & Rose, R. L. (2005). Credit Cards as Lifestyle Facilitators. JCR, 32(1), pp. 130-145. Birochi, R., & Pozzebon, M. (2016). Improving financial inclusion. RAE, 56(3), pp. 266-287 Hemais, M. W., & Casotti, L. M. (2017).Relações entre consumidores de baixa renda, empresas e governo. R. Adm. UFSM, 10(1), pp.42-59 Langley, P. (2014). Consuming credit. Consump. Markets & Culture,17(5), pp.417-428 Peñaloza, L., & Barnhart, M. (2011). Living U.S. Capitalism: The Normalization of Credit/Debt. JCR,38(4), pp.743-762