Resumo

Título do Artigo

VISÃO BASEADA EM RECURSOS, RECURSOS ESTRATÉGICOS NÃO OBSERVÁVEIS E CAPACIDADE DE INOVAR
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Palavras Chave

Vantagem Competitiva
Visão Baseada em Recursos
Gestão da Inovação

Área

Estratégia em Organizações

Tema

Estratégia Competitiva Baseada em Recursos

Autores

Nome
1 - FLAVIO SANTOS FONTANELLI
ESCOLA BRASILEIRA DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E DE EMPRESAS (EBAPE) - EBAPE
2 - Emmanuelle Fonseca Marinho de Anias Daltro
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA (UFBA) - Escola de Administração (NPGA)
3 - Rodrigo Gandara Donini
Fundacao Getulio Vargas/EBAPE - EBAPE

Reumo

A dificuldade de isolar as relações de causa e efeito na aquisição da vantagem competitiva deriva do fato de que o desempenho superior é o resultado de uma multiplicidade de causas. Assim, a identificação das relações de causalidade entre posse de recursos estratégicos, desempenho inovativo e desempenho empresarial, passa pela análise de recursos estratégicos intangíveis e não diretamente observados pelas pesquisas oficiais de inovação empresarial, a exemplo de uma eficiente gestão da inovação, entendida como um recurso estratégico da firma tal como definido pela VBR.
O objetivo principal deste trabalho foi verificar se o desempenho inovativo da firma deve estar associado recursos estratégicos não observáveis para que a firma alcance posições de vantagem competitiva. Como problema de pesquisa, questionou-se se proxies da gestão estratégica da inovação exerceriam efeito mais significativo do que os fatores observáveis (introdução de inovações no mercado) no crescimento relativo do faturamento das firmas.
O papel da inovação como recurso empresarial estratégico (recursos caracterizados pelos conceitos de “mecanismo de isolamento” e “ambiguidade causal”) foi analisado por uma rica e ampla literatura. Entre as diversas temáticas, destacam-se estudos sobre a relação entre capacidade de inovar e desempenho empresarial. Para Brito et al. (2009), por tratar-se de um fenômeno complexo, diversas são as formas usadas para se mensurar a capacidade de inovar e muitas são as dificuldades metodológicas, pois modelos de análise devem relacionar os inputs, os throughputs e os outputs dos processos de inovação
Utilizando a base de dados do ISTAT, responsável pela pesquisa sobre inovação em empresas italianas, foram estimados modelos Logit para o teste da influência de quatro dimensões da capacidade de inovar da firma sobre a desempenho inovativo (hipótese 1). Posteriormente, empregando os resíduos dos modelos logísticos como proxy da gestão estratégica da inovação testou-se a influência deste recuso estratégico, associado ao desempenho inovativo, no desempenho econômico da firma (hipótese 2). Para o teste desta segunda hipótese de pesquisa foram utilizados modelos de regressão linear multivariada.
Os resultados associados ao teste da primeira hipótese deste trabalho confirmam e consolidam achados de diversas pesquisas sobre a relação entre capacidade de inovar e desempenho inovativo das firmas. Este trabalho buscou, adicionalmente, ressaltar a influência de fatores não observáveis da capacidade de inovar no desempenho das firmas. Ao contrário do esperado, no entanto, a proxy da gestão estratégica da inovação utilizada neste trabalho não se mostrou associada com o desempenho econômico das empresas italianas que fizeram parte da amostra selecionada.
A despeito da pertinência de alguns dos resultados deste estudo, algumas questões metodológicas merecem discussão para o aprimoramento desta pesquisa. Considera-se fundamental para trabalhos futuros a necessidade de se trabalhar com séries históricas que envolvam mais de uma pesquisa sobre inovação. Tal lacuna poderia ser superada pela utilização das pesquisas PINTEC/IBGE, que permitiriam, adicionalmente, a utilização de modelos estatísticos mais sofisticados, como modelos dinâmicos com dados em painel, além de métodos de pareamento para a seleção de amostras de empresas.
Brito, E. P. Z., Brito, L. A. L., & Morganti, F. (2009). INOVAÇÃO E O DESEMPENHO EMPRESARIAL: LUCRO OU CRESCIMENTO? RAE-eletrônica, 8(1), 1. Foss, N. J., & Knudsen, T. (2003). The resource‐based tangle: towards a sustainable explanation of competitive advantage. Managerial and decision economics, 24(4), 291-307. Quintella, E. F. (2012). O impacto de investimentos em inovação no desempenho das empresas brasileiras: uma abordagem multinível. Dissertação de Mestrado, Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas, Rio de Janeiro, Brasil.