Resumo

Título do Artigo

SENTIDOS DO TRABALHO E A DÍADE PRAZER-SOFRIMENTO: UM ESTUDO BASEADO NA PERSPECTIVA DE JOVENS TRABALHADORES-ESTUDANTES
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Palavras Chave

Trabalho
Subjetividade
Jovens trabalhadores-estudantes

Área

Gestão de Pessoas

Tema

Significado do Trabalho, Satisfação e Mecanismos de Recompensa

Autores

Nome
1 - Silas Dias Mendes Costa
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS (UFMG) - Belo Horizonte
2 - ESTHER DE MATOS IRENO MARQUES
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO SUDESTE DE MINAS GERAIS (IFSEMG) - Campus São João del-Rei
3 - Ana Carolina Chaves Ferreira
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS (UFMG) - Belo Horizonte

Reumo

A dinâmica do trabalho tem sofrido significativas mudanças, podendo modificar o significado ou sentido atribuído ao trabalho, que por sua vez pode implicar na motivação e satisfação dos trabalhadores (MORIN, 2001; 2002). Além da questão dos sentidos, o trabalho pode ser desencadeador de vivências de prazer-sofrimento compreendidas como uma construção dialética que considera a organização do trabalho e das tarefas e também os significados atribuídos ao trabalho (DEJOURS, 2008)
O problema que direciona esta pesquisa fundamenta-se na seguinte questão: quais os sentidos atribuídos por jovens trabalhadores-estudantes ao trabalho e quais são as situações que estão associadas às suas vivências de prazer e sofrimento no contexto laboral? O objetivo desta pesquisa consiste em descrever os sentidos atribuídos ao trabalho e às vivências de prazer e sofrimento na percepção de jovens trabalhadores-estudantes no ambiente laboral.
O estudo baseou-se nas categorias temáticas de sentido do trabalho (MORIN, 2002) considerando seis características; realização e apresentação de resultados; satisfação; trabalho moralmente aceitável; possibilidade experiências entre as pessoas; autonomia e segurança do trabalhador e o ocupação. Baseou-se ainda no Instrumento sobre Trabalho e Risco de Adoecimento – ITRA (MENDES, 2007) a partir de quatro categorias: contexto, exigências, sentidos e efeitos.
Realizou-se um estudo valendo-se da perspectiva qualitativo-hermenêutica. Os participantes foram selecionados a partir do critério de acessibilidade. A coleta de dados foi feita a partir de questionários, utilizando o método survey. Trata-se de uma amostragem não probabilística por conveniência. Participaram do estudo 18 jovens trabalhadores, alunos de uma Instituição Pública de Ensino Superior, localizada na região Sudeste do Estado de Minas Gerais (MG). Os dados foram analisados por meio da técnica de análise de conteúdo.
Na analise dos resultados identificou-se a convergências com as categorias temáticas apontadas no referencial teórico, entre elas algumas características de sentido de trabalho propostas por Morin (2002). Para alguns, o trabalho está associado a algo que tem papel fundamental de sentido na vida, variando entre meio de sobrevivência ou subsistência, inserção social, sentimento de utilidade ou ainda reduzido a uma atividade remunerada bem Verificou-se a coexistência de prazer e sofrimento no trabalho a partir de quatro aspectos do trabalho: contexto, exigências, sentidos e efeitos.
No que diz respeito às associações acerca do trabalho verificou-se predominância do sentido de atividade remunerada. O prazer no envolve as relações socioprofissionais, condições de trabalho, realização profissional e liberdade de expressão com a chefia e os pares. Os resultados sugerem que pode haver ausência de prazer explicito no trabalho, mesmo quando ele tem sentido. O sofrimento também envolve as relações socioprofissionais bem como as condições de trabalho, falta de reconhecimento e danos e exigência físicas e psicológicas.
MORIN, E. M. Os sentidos do trabalho. Revista de administração de empresas, v. 41, n. 3, p. 08-19, 2001. ___________. Os sentidos do trabalho. GV-executivo, v. 1, n. 1, p. 71-75, 2002. DEJOURS, C. Addendum – da Psicopatologia à psicodinâmica do trabalho. In: LANCMAN, S.; SZNELWAR, L. I. Cristophe Dejours: Da psicopatologia à psicodinâmica do trabalho. Rio de Janeiro: Fiocruz, Brasília: Paralelo 15, 2008. p. 49-106. MENDES, A. M. (org). Psicodinâmica do trabalho: teoria, método e pesquisas. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2007.