Resumo

Título do Artigo

O PROCESSO DE ESTRATÉGIA COOPETITIVA: UM ESTUDO DE CASO DAS MICROCERVEJARIAS DA CIDADE DE PORTO ALEGRE
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Palavras Chave

Coopetição
Estratégia
Aprendizagem

Área

Estratégia em Organizações

Tema

Cluster e Redes de Negócios

Autores

Nome
1 - Alexandre Borba da Silveira
UNIVERSIDADE DO VALE DO RIO DOS SINOS (UNISINOS) - PPGA - Administração
2 - Jefferson Marlon Monticelli
UNIVERSIDADE DO VALE DO RIO DOS SINOS (UNISINOS) - Programa de Pós-Graduação em Administração
3 - Luciana Maines da Silva
UNIVERSIDADE DO VALE DO RIO DOS SINOS (UNISINOS) - Escola de Gestão e Negócios

Reumo

Uma das lacunas latentes nos estudos organizacionais consiste em compreender como ocorre o processo de desenvolvimento da estratégia coopetitiva. Essa nova dinâmica chamada coopetição é evidenciada e interpretada por uma cooperação associada à competição de mercado em busca de um objetivo comum influenciado pela busca e conduta do consumidor que está cada vez mais atrás de inovações e diferenciação nos produtos (BENGTSSON e KOCK, 2014). Esse estudo é norteado pela coopetição como um processo conforme definido e proposto por Bengtsson et al.(2010) e Dahl (2014).
Considerando o contexto apresentado, propõe-se a seguinte questão de pesquisa: como ocorrem os processos de desenvolvimento de estratégia coopetitiva entre as microcervejarias na cidade de Porto Alegre? Esse estudo propõe duas contribuições. Primeiro, a pesquisa apresenta uma melhor compreensão de fenômenos organizacionais que estão remodelando proposições tradicionais e formais no desenvolvimento das estratégias de negócios. Segundo, o estudo apresenta uma experiência processual com toda a sua dinâmica e complexidade desempenhada por esses pequenos empreendimentos.
Foram utilizados como base os mecanismos motivadores propostos por Dahl (2014) referentes ao processo de aprendizagem interorganizacional, aprendizado dentro da organização através das trocas com os outros competidores, mudanças devido o ambiente externo e resultados de sucesso ou insucesso ocorridos a partir de experiências anteriores. Para Dahl (2014), a reformulação do desenvolvimento dos objetivos ou propósito das normas coopetitivas ocorre a partir da interação entre os competidores.
A estratégia de investigação escolhida para o desenvolvimento do estudo foi uma pesquisa qualitativa, exploratória, por meio da triangulação de dados e uso de múltiplos métodos. Primeiramente, foi realizada coleta de dados com fontes secundárias, tais como websites das empresas que atuam neste mercado na cidade de Porto Alegre. Em um segundo momento, foi realizada uma observação participante no 3º Seminário de Gestão para Microcervejarias Artesanais, seguida por quatro entrevistas em profundidade com os principais gestores das empresas precursoras do Polo Cervejeiro de POA\RS.
O caso estudado permitiu identificar os quatro mecanismos propostos por Dahl (2014). A análise demonstrou que o processo de desenvolvimento da estratégia de coopetição está presente nestas relações interorganizacionais das microcervejarias de Porto Alegre e os achados sugerem que este processo teve um papel significativo nos desafios e sucessos encontrados nesta pesquisa. As organizações estão desenvolvendo um processo estratégico de coopetição por meio de um maior compartilhamento de recursos, informações, interações, aprendizados e conhecimentos interorganizacionais e intraorganizacionais.
Após o estudo empírico, os resultados indicaram que as microcervejarias do polo porto alegrense estão desenvolvendo um processo estratégico de coopetição por meio de um maior compartilhamento de recursos, informações, interações, aprendizados e conhecimentos interorganizacionais e intraorganizacionais, suportando assim as mudanças decorrentes do ambiente externo e tendo sucesso competitivo no enfrentamento de mercado com os demais players do setor de cervejas. Além disso, os relatos e evidências da investigação demonstraram uma sinergia entre os mecanismos e objetivos comuns encontrados.
BENGTSSON, M.; ERIKSSON, J.; WINCENT, J. (2010) Co-opetition dynamics – an outline for further inquiry. International Business Journal, v. 20, n. 2, p. 194-214. BENGTSSON, M.; KOCK, S. (2014). Coopetition—Quo vadis? Past accomplishments and future challenges. Industrial Marketing Management,43(2), 180-188. DAHL, J. (2014) Conceptualizing coopetition as a process: An outline of change in cooperative and competitive interactions. Industrial Marketing Management, v. 43, n. 2, p. 272-279.