Resumo

Título do Artigo

MISPRICING E SENTIMENTO DO INVESTIDOR: evidências baseadas em previsão de analistas
Abrir Arquivo

Palavras Chave

Mispricing
Sentimento do investidor
Previsão de analistas

Área

Finanças

Tema

Apreçamento de Ativos

Autores

Nome
1 - Kléber Formiga Miranda
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA (UFPB) - PPGCC / CCSA
2 - Márcio André Veras Machado
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA (UFPB) - PPGA

Reumo

Momentos nos quais o sentimento do investidor é intenso causam oscilações nos preços das ações, especialmente nas firmas de difícil precificação. O sentimento do investidor pode, portanto, influenciar as decisões baseadas na perspectiva futura das empresas, pois, no longo prazo, investidores estão mais propensos a apostar no crescimento das firmas quando o sentimento é de alta, podendo estimular a ocorrência de mispricing (Miwa, 2016). Assim, as previsões de analistas, por serem influenciadas pelo sentimento do investidor, também incorporarão informações com ruídos (Hribar & McInnis, 2012).
Considerando a possível tomada de decisão baseada em sentimento e a maior probabilidade de ocorrência de má precificação em previsões de longo prazo, esta pesquisa se preocupa em contribuir com a discussão sobre o mispricing no mercado acionário brasileiro, sobretudo quando absorvido pela previsão de analistas ao considerar as previsões de longo e curto prazo. Dessa forma, o objetivo da pesquisa é analisar a associação entre o sentimento do investidor e a acurácia das previsões de analistas de longo e curto prazo e sua consequente indução/correção de mispricing.
Hribar & McInnis (2012) propõem haver maior probabilidade de mispricing em previsões de longo prazo. Nessa perspectiva, a relação entre sentimento do investidor e previsão de longo prazo dos lucros por analistas foi avaliada por Miwa (2016), analisando se em momentos de sentimento de alta há uma maior propensão dos analistas emitirem previsões mais ousadas. Ao considerar que previsões ousadas são geradoras de mispricing, associa-se o mispricing ao sentimento do investidor (Índices Baker/Wurgler e Michigan) quando este influencia a revisão de previsões otimistas e os retornos (Miwa, 2016).
Foram coletadas previsões de crescimento do lucro de longo e curto prazo e o crescimento de caixa de curto prazo de 65 empresas (em média), mensalmente, no período de janeiro/2001 a dezembro/2015. Com base em cada previsão, calculou-se o spread (diferença média entre empresas do terceiro e primeiro tercis) da previsão, da sua revisão e dos retornos. Os spreads foram regredidos contra o sentimento do investidor mensurado pelo índice de Baker/Wurgler, ICC e EMBI. As carteiras correspondentes aos tercis foram rebalanceadas mensalmente e o spread de retornos foram controlados por fatores de risco.
Os resultados indicam um aumento na dispersão das previsões de curto prazo do lucro por ação, seguindo alto sentimento do investidor (H1). O fato de os resultados revelarem a associação negativa entre o lucro por ação realizado e o sentimento do investidor (H2) suportam a inferência da influência do EMBI no otimismo das previsões dos analistas. Quanto a ocorrência de mispricing, avaliada pelas hipóteses 3 e 4, foi identificada marginalmente com a aceitação de nível de significância a 10%, ao analisar a relação entre as revisões de lucro por ação de longo prazo (LTG) e o EMBI.
Os resultados não convergiram com Miwa (2016). As implicações decorrentes dessa pesquisa se direcionam para identificação de proxies de sentimento capazes de indicar momentos de controle de excesso de otimismo/pessimismo no mercado. As evidências desta pesquisa apontaram apenas para o EMBI como uma proxy de sentimento capaz de realizar essas indicações. Um ponto importante a ser pontuado para a pesquisa é o fato de a variável de sentimento do investidor mais evidente ter sido o EMBI, por ser uma variável objetiva e observável, com acompanhamento diário pelas previsões do J. P. Morgan.
Baker, M., & Wurgler, J. (2006). Investor Sentiment and the Cross-Section of Stock Returns. The Journal of Finance, 61(4), 1645–1680. Baker, M., & Wurgler, J. (2007). Investor Sentiment in the Stock Market. Journal of Economic Perspectives, 21(2), 129–151. Hribar, P., & McInnis, J. (2012). Investor sentiment and analysts’ earnings forecast errors. Management Science, 58(2), 293–307. Miwa, K. (2016). Investor sentiment, stock mispricing, and long-term growth expectations. Research in International Business and Finance, 36, 414–423.