Decisão
Desenvolvimento de novos medicamentos
Medicamentos genéricos
Área
Operações
Tema
Estratégia de Operações e Desenvolvimento de Produtos e Processos
Autores
Nome
1 - RICARDO TOSHIO YUGUE Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo - FEA - Administração
2 - Antonio C. Amaru Maximiano UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO (USP) - Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade
3 - Roberto Sbragia Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo - FEA - EAD-FEA
Reumo
A gestão de portfólio de projetos de desenvolvimento de novos medicamentos envolve decisões consideradas estratégicas. Por atuarem em setor fortemente regulado, os laboratórios farmacêuticos possuem requisitos que devem ser atendidos para o lançamento de novos produtos (BRAUM, 2014). A fabricação de medicamentos genéricos deve considerar a concorrência no mercado e preços mais baixos para o consumidor, tornando os medicamentos mais disponíveis e mais acessíveis para a população em geral.
Considerando que o desenvolvimento de novos produtos, mesmo que não inovadores, envolve investimentos de recursos financeiros e de tempo que podem ser bastante significativos e problemas em seus projetos de desenvolvimento podem ter consequências importantes para os laboratórios farmacêuticos, este estudo se propôs a verificar se alguns dos componentes das decisões de prosseguimento ou suspensão estão presentes nos projetos de desenvolvimento de um novo medicamento não inovador dos laboratórios farmacêuticos instalados no Brasil e indicar oportunidades para novos estudos.
De acordo com Powell (2011), o controle de projetos de novos produtos na área das ciências da vida trata essencialmente sobre como gerenciar o tempo de desenvolvimento, o custo de desenvolvimento e os recursos organizacionais da maneira mais eficiente de forma a assegurar a entrega confiável de produtos ao mercado. Para McNamee & Celona (2005), a pesquisa e o desenvolvimento é uma das áreas mais óbvias para a aplicação da análise de decisões nas empresas, pois geralmente envolvem incertezas.
A abordagem é quantitativa com alcance predominantemente exploratório. A coleta de dados foi realizada por meio de questionário eletrônico. O universo foi formado pelos profissionais que atuam na indústria farmacêutica instalada no Brasil e que participam do processo de decisão sobre o prosseguimento ou suspensão de projetos de desenvolvimento de novos medicamentos. A amostragem foi do tipo não-probabilística, por conveniência e por indivíduos-tipo. Foram validadas 15 respostas para o tratamento dos dados, sendo que 14 (93%) participantes responderam possuir mais de 10 anos de experiência.
A decisão é tomada em 4 casos (27%) por uma única pessoa. Nas 9 empresas restantes, a decisão é tomada em conjunto, sendo que em 6 (40%) delas participam entre 4 e 5 diferentes áreas. Em 8 (53%) das empresas, as áreas de pesquisa e desenvolvimento e assuntos regulatórios participam nas decisões. Em 74% das empresas, os processos de decisão são estruturados. Entre as técnicas e métodos análise e apoio à tomada de decisão, a que apresentou maior pontuação foi o uso das “estimativas financeiras de retorno do projeto” e, no outro extremo, com menor pontuação o uso das árvores de decisão.
Destaca-se a frequência do uso da expectativa de retorno financeiro nas decisões nos projetos dos novos medicamentos, o que é esperado por se tratarem de empresas que buscam maximizar os lucros. O peso dos componentes técnicos sobre as decisões está presente na alta frequência do uso das simulações, protótipos e/ou lotes de bancada. Podemos estar diante da adoção de heurísticas para reduzir as demandas de processamento de informação na tomada de decisão” (BAZERMAN & MOORE, 2014), principalmente nos caso em que as decisões são tomadas por uma única pessoa e/ou sem regras definidas.
Destaca-se a frequência do uso da expectativa de retorno financeiro nas decisões nos projetos dos novos medicamentos, o que é esperado por se tratarem de empresas que buscam maximizar os lucros. O peso dos componentes técnicos sobre as decisões está presente na alta frequência do uso das simulações, protótipos e/ou lotes de bancada. Podemos estar diante da adoção de heurísticas para reduzir as demandas de processamento de informação na tomada de decisão” (BAZERMAN & MOORE, 2014), principalmente nos caso em que as decisões são tomadas por uma única pessoa e/ou sem regras definidas.