Resumo

Título do Artigo

ANÁLISE DA INFLUÊNCIA DA ESTRUTURA DE PROPRIEDADE E DA GESTÃO FAMILIAR NO DESEMPENHO DE COMPANHIAS ABERTAS
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Palavras Chave

Estrutura de propriedade familiar
Gestão familiar
Desempenho

Área

Finanças

Tema

Estrutura de Propriedade e Reestruturações

Autores

Nome
1 - Gilvane Scheren
UNIVERSIDADE COMUNITÁRIA DA REGIÃO DE CHAPECÓ (UNOCHAPECÓ) - Chapecó
2 - Ariberto Dalchiavon
UNIVERSIDADE COMUNITÁRIA DA REGIÃO DE CHAPECÓ (UNOCHAPECÓ) - CHAPECÓ
3 - GEOVANNE DIAS DE MOURA
UNIVERSIDADE COMUNITÁRIA DA REGIÃO DE CHAPECÓ (UNOCHAPECÓ) - Programa de Pós-Graduação em Ciências Contábeis e Administração

Reumo

A literatura tem evidenciado a prevalência de empresas familiares em todo o mundo e destacado este tipo de empresa como componente importante dos mercados de capitais, mesmo nas economias mais desenvolvidas (GONZÁLEZ et al., 2012). Esta prevalência levanta a questão de saber se as empresas familiares são ou não formas organizacionais mais eficientes do que outras. Embora a literatura relacionada a empresas familiares esteja crescendo rapidamente, ainda há várias lacunas sobre a influência das famílias no desempenho de companhias abertas.
Os estudos realizados até o momento revelam evidências inconclusivas quanto à influência do envolvimento familiar no desempenho de companhias abertas. Enquanto alguns estudos mostram influência para aumento do desempenho (ANDERSON; REEB, 2003; CAI; LUO; WAN, 2012; ZHOU; WANG, 2017), outros evidenciam que as companhias familiares não superam as não familiares (BENNEDSEN et al., 2007; MILLER et al., 2007; MARTIN-REYNA; DURÁN-ENCALADA, 2012). Assim, o estudo objetiva verificar a influência da estrutura de propriedade e da gestão familiar no desempenho das companhias abertas listadas na B3 S.A..
Dentre os diversos tipos de grandes acionistas existentes as famílias começaram a receber maior atenção, principalmente após os estudos de La Porta, Lopez-de-Silanes e Shleifer (1999), Claessens, Djankov e Lang (2000) e Faccio e Lang (2002). Na análise de diferenças de desempenho entre empresas com gestão familiar e não familiar, Anderson e Reeb (2003) são considerados pioneiros (ANDRES, 2008; CAI; LUO; WAN, 2012; MOURA, 2014). Na literatura, duas medidas são mais recorrentes para análise do desempenho, o ROA e o Q de Tobin.
Pesquisa descritiva, documental e quantitativa. Para identificação e análise da estrutura de propriedade utilizou-se a metodologia de La Porta, Lopez-de-Silanes e Shleifer (1999). Para identificação e análise da gestão familiar adotou-se metodologia similar a de Villalonga e Amit (2006). Quanto ao desempenho, utilizaram-se duas medidas: uma baseada na contabilidade, o ROA, e outra medida baseada no mercado, o Q de Tobin, assim como Anderson, Mansi e Reeb (2003). A amostra foi composta por 364 companhias em 2010, 398 em 2011, 397 em 2012, 424 em 2013, 419 em 2014 e 422 em 2015.
Constatou-se que na maioria dos anos o percentual de empresas com estrutura de propriedade familiar foi superior ao de empresas com estrutura não familiar. O número de companhias que possuíam gestão familiar também era significativo, principalmente quando comparado com o resultado encontrado em pesquisas anteriores. Por fim, a investigação evidenciou dois fatores principais que influenciaram para um maior desempenho: a estrutura de propriedade familiar e a combinação entre estrutura de propriedade familiar, diretor presidente familiar e presidente do conselho de administração familiar.
Concluiu-se que no Brasil, país que possui um ambiente institucional frágil, caracterizado por um mercado acionário menos ativo e com proteção legal aos direitos de propriedade significativamente inferiores ao de países como Estados Unidos, por exemplo, o envolvimento familiar pode ser benéfico, visto que influenciou para um desempenho superior. Os resultados estão alinhados aos de Anderson e Reeb (2003), Villalonga e Amit (2006), Cai, Luo e Wan (2012), Poutziouris, Savva e Hadjielias (2015) e Zhou e Wang (2017) que apontaram influência positiva das famílias para um desempenho superior.
ANDERSON, R.; REEB, D. Founding-family ownership and firm performance: evidence from the S&P 500. The Journal of Finance, v. 58, n. 3, p. 1301-1328, 2003 CAI, D.; LUO, J.; WAN, D. Family CEOs: Do they benefit firm performance in China? Asia Pacific Journal of Management, v. 29, n. 4, p. 923-947, 2012. LA PORTA, R.; LOPEZ‐DE‐SILANES, F.; SHLEIFER, A. Corporate ownership around the world. The journal of finance, v. 54, n. 2, p. 471-517, 1999. VILLALONGA, B.; AMIT, R. How do family ownership, control and management affect firm value? Journal of financial Economics, v. 80, n. 2, p. 385-417, 2006.