Resumo

Título do Artigo

A DINÂMICA DE CONVERSÃO INTRA E INTERORGANIZACIONAL DO CONHECIMENTO NO TERCEIRO SETOR
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Palavras Chave

Processo SECI
Redes
Terceiro Setor

Área

Estudos Organizacionais

Tema

Abordagens Relacionais às Organizações

Autores

Nome
1 - Patrícia Trindade Caldas
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA (UFPB) - PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO DE ADMINISTRAÇÃO
2 - Thaís Teles Firmino
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA (UFPB) - PPGA

Reumo

A aprendizagem e o conhecimento são assuntos que sempre tiverem sua importância ao longo da história e evolução da humanidade, se concretizando como fontes de vantagem competitiva. Entre os estudos sobre Gestão do Conhecimento, se destaca o trabalho de Nonaka e Takeuchi (2008), que apontam que a criação do conhecimento passa pelo processo de conversão de conhecimento SECI, que acontece em contextos apropriados, que Nonaka e Konno (1998) denominaram de Ba. Tais meios devem ser compostos de vários elementos facilitadores, que tendem a existir no contexto em rede e do terceiro setor.
Dada a necessidade das empresas buscarem mecanismos para trabalhar estrategicamente o conhecimento visando a criação de valor e a relevância de estudos envolvendo arquiteturas complexas como as redes no contexto do terceiro setor, foi levantada a seguinte problemática de pesquisa: Como ocorre a dinâmica de conversão intra e interorganizacional do conhecimento em espaços Ba existentes em uma rede do terceiro setor? Assim, o objetivo deste artigo é analisar a dinâmica de conversão intra e interorganizacional do conhecimento organizacional em espaços Ba existentes em uma rede do terceiro setor.
No referencial teórico, o artigo explora as temáticas envolvidas no estudo acerca da dinâmica de conversão do conhecimento e os espaços Ba; as redes de empresas, de conhecimento e de aprendizagem organizacional e; o terceiro setor e a dinâmica de conversão do conhecimento.
A pesquisa pode ser caracterizada como descritiva, conduzida sob a forma de estudo de caso, na AIESEC-CG, uma organização sem fins lucrativos com atuação internacional. Além da pesquisa bibliográfica, foram utilizadas como técnicas para a coleta dos dados a análise documental (relatórios, informações do site da empresa e informes da gestão 2014-2016) e entrevistas semiestruturadas com diretores da unidade. Para a formação das variáveis de pesquisa, adotou-se como base o quadro de variáveis do trabalho de Caldas (2013), adaptado do trabalho de Balestrin, Vargas e Fayard (2005).
Os resultados analisam dezesseis fatores envolvidos na dinâmica de conversão do conhecimento organizacional na AIESEC, assim como identifica vários espaços Ba na rede, como de treinamento e visitas técnicas, conferencias, reuniões, palestras, assembleias, espaços digitais de comunicação, de armazenamento e formação de memória intra e interorganizacional.
Conclui-se que a rede apresenta muitos espaços Ba e características facilitadoras à dinâmica de conversão do conhecimento, contudo, algumas considerações relacionadas ao alto nível de formalização, à assimetria de poder existente, à estrutura física local e nível de confiança entre os membros precisam ser revistas. Ademais, as características favoráveis devem ser monitoradas para que não sejam influenciadas negativamente pelas variáveis julgadas desfavoráveis e continuem a possibilitar a agregação de valor à rede.
Dentre as principais referencias utilizadas estão: Nonaka e Konno (1998), Nonaka e Takeuchi (2008) e Nonaka, Toyama e Byosière (2001) sobre Gestão do Conhecimento, o processo SECI e Ba. Também os autores Balestrin, Vargas e Fayard (2005) e Caldas e Cândido (2013), que correlaciona redes, o processo SECI e Ba, acrescentando reflexões apresentadas por Terra (2001), Cândido (2001) e Hoffmann et al. (2004). Ademais, referências relacionadas à aprendizagem em redes, como Wegner (2011) e Wijk, Van De Bosch e Volberda (2003) e ao terceiro setor, como Fernandes (1994); Coelho (2000) e Musick (2008).